Requalificação no centro da cidade está a provocar problemas à circulação de transportes públicos, devido à estreita largura da via.
Corpo do artigo
A nova rotunda do centro de Ílhavo, construída para substituir o cruzamento com semáforos que ali existia, na interceção entre a Avenida 25 de Abril e antiga Estrada Nacional 109, está a causar problemas à circulação de autocarros. Devido à largura da via, alguns pesados de passageiros não conseguem contornar a praça à primeira, o que está a causar indignação junto da população.
As redes sociais encheram-se de críticas, esta semana, quando uma popular publicou um vídeo, onde era possível ver um autocarro que não conseguiu, à primeira, contornar a nova rotunda, sendo obrigado a manobras para o conseguir. Tudo porque, de um lado, foi obrigado a subir o lancil da rotunda, que tem forma oval. E, do outro, ficou "encravado" num separador.
As vozes contra a obra, que já vinha a ser alvo de alguma contestação, não tardaram. "Com esta redução de espaço, gostava de saber como vai passar uma ambulância ou um camião dos bombeiros, numa emergência, em caso de trânsito avolumado", questionou um dos internautas. Ao que tudo indica, a maior dificuldade prende-se com os veículos pesados que vêm de norte, do lado de Aveiro, e que têm que cortar à esquerda, na rotunda, para ir para a paragem de autocarros situada em frente à Câmara.
Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo, esclareceu, ao JN, que "a obra ainda não está concluída", mas que se trata de uma "rotunda galgável, com um lancil de 1,20 metros de largura, construído para o efeito".
"Quando a empreitada estiver concluída, a estrada vai subir e ficar ao nível da rotunda, o que facilita a circulação. Este tipo de rotundas é muito comum nos centros de algumas cidades", sublinhou o autarca.
A construção da rotunda está inserida na obra de requalificação do espaço urbano central de Ílhavo, que inclui a remodelação do Jardim Henriqueta Maia e que teve um custo total de 1,48 milhões de euros.
Arquiteto no terreno
Apesar de frisar que "todos os autocarros da carreira têm conseguido passar no local", Fernando Caçoilo assume que a rotunda "não está perfeita" e que "a via está um bocado apertada". "Podia ser mais larga, é um facto. Mas também é uma forma de as pessoas andarem mais devagar, que é o objetivo deste tipo de vias mais estreitas, no centro das cidades", explicou o edil, adiantando que o arquiteto José António Paradela, responsável pelo projeto, "vai amanhã [hoje] ao local averiguar a situação".
A obra deveria estar concluída no final deste mês, mas atrasou. Hoje, em reunião de Câmara, é votada a prorrogação por um mês.