A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Guarda Nacional Republicana (GNR) e Polícia de Segurança Pública (PSP) estão a levar a cabo, desde terça-feira, a campanha de segurança rodoviária "2 Rodas: Agarre-se à Vida", inserida no Plano Nacional de Fiscalização (PNF) de 2025.
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Os dois primeiros dias da campanha decorreram no Baixo Alentejo: ontem no IC1-Km 175, em Aldeia de Palheiros, concelho de Ourique, e hoje numa das artérias mais movimentadas de Beja, a Avenida do Brasil, uma rodovia com duas faixas de rodagem com duas vias para cada lado.
Uma das razões para essa estratégia está ligada aos números da sinistralidade rodoviária na região, que constam no panfleto distribuído aos condutores de veículos de duas e quatro rodas, mandados parar para serem fiscalizados e sensibilizados pelas autoridades envolvidas.
Segundo a ANSR, entre 1 de julho de 2021 e 30 de junho de 2024, no distrito de Beja, registaram 1438 acidentes de viação, que envolveram 73 vítimas mortais, 244 feridos graves e 1656 feridos ligeiros. No que diz respeito a acidentes com o envolvimento de motociclos e ciclomotores, há o registo 296 acidentes com vítimas, sendo 12 mortais, 80 feridos graves e 250 feridos ligeiros.
De acordo com a ANSR, “a campanha visa alertar os condutores, nomeadamente os de duas rodas a motor, para uma condução segura e evitando comportamentos de risco, tais como a condução sob a influência do álcool, o excesso de velocidade e a utilização irregular dos dispositivos de segurança”, justificaram".
Ao princípio e ao verem as autoridades mandar parar, os condutores retraem-se, mas depois de lhes explicarem o porquê da ação, a adesão aos conselhos dos elementos da ANSR e os agentes da PSP é muito positiva.
Uma das preocupações dos agentes foram os ciclomotores até 125 centímetros cúbicos (cc), cuja condução resulta da utilização da carta de condução de categoria B, destinada aos veículos ligeiros de passageiros, em que surgem muitos condutores sem experiência para veículos de duas rodas, em particular de trotinetes.
O primeiro condutor mandado parar foi Fernando Ripado, de 59 anos, que tem carta de condução desde os 16 anos e conduzia um ciclomotor de 50 cc.
"Estou de acordo com estas ações, são importantes para a nossa segurança e estarmos informados das alterações ao código da estrada. Não ando a grandes velocidades, mas é marcante para estarmos alerta para os acidentes”, realçou ao JN.
No lado contrário da via, mais jovem, Pedro Reis conduzia um motociclo elétrico. Apesar de utilizar o veículo para “fazer um ou dois quilómetros por dia, num trajeto que é casa/trabalho e vice-versa", defende que "este tipo de veículos deveria ser sujeito a inspeção periódica, porque há muitos que atingem grandes velocidades e é importante a nossa segurança”, admitiu ao JN.
A “2 RODAS: Agarre-se à Vida”, que tem amanhã (quinta-feira) uma ação em Portel, distrito de Évora e na segunda-feira em Fontainhas, concelho de Albufeira, no distrito de Faro, é a sétima das 11 campanhas planeadas para 2025, no âmbito do PNF de 2025.