Auxiliares e empregados de limpeza. As tarefas imprescindíveis e invisíveis na pandemia
Os assistentes operacionais e as empregadas de limpeza estão, juntamente com médicos e enfermeiros, na linha da frente no combate à pandemia.
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São tarefas essenciais no funcionamento do serviço hospitalar ao doente covid-19.
Patrícia Fernandes tem 45 anos e é auxiliar de ação médica desde os 23 anos. Vive "intensamente o serviço no hospital" e "pouco tem para dar a quem tem em casa" - as duas filhas de 18 e 20 anos - "a exaustão leva ao limite".
Cumpre as suas tarefas na ala covid-19, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. Em declarações ao Jornal de Notícias, partilha que trabalha com amor e paixão ao próximo. Sente-se reconhecida pelo pessoal médico com quem trabalha e pelos próprios doentes covid. Trabalha 12 horas por dia, ganha o salário mínimo e sente-se esquecida por quem regula a Saúde em Portugal.
Já Eunice Bartolomeu, de 49 anos, é empregada de limpeza no mesmo hospital há cinco anos. Veste-se tal qual um médico ou um enfermeiro - máscara, viseira, fato protetor - limpa e desinfeta todas as áreas covid do hospital. Na entrevista ao JN, desabafa que as suas tarefas são invisíveis fora do hospital.
Por seu turno, Cláudia Ferraz é enfermeira-chefe no serviço que trata dos doentes covid-19 no Pedro Hispano, dá mérito às tarefas que os assistentes operacionais e as empregadas de limpeza desempenham no seu serviço: "Não são valorizadas. Nós somos uma equipa multidisciplinar, e sem todas as atividades em mútuo trabalho, e sem o trabalho em equipa, não funcionamos, e sem estas funcionárias não desempenhamos o nosso trabalho de excelência".