Fora períodos para manutenção, travessia em Matosinhos já parou quatro vezes em 14 anos. Infraestrutura fecha de novo esta quarta-feira para substituição de uma peça e só reabrirá daqui a um mês.
Corpo do artigo
A ponte móvel de Leixões, em Matosinhos, já esteve fechada um total de três meses e meio devido a avarias. Desde 2007, ano em que foi inaugurada, a travessia já esteve totalmente encerrada quatro vezes, fora as interrupções ao trânsito para trabalhos de manutenção. As últimas três avarias sucederam-se, consecutivamente, nos últimos três anos. Sempre que a ponte fica intransitável, somam-se os transtornos para quem precisa de circular naquela zona.
Uma intervenção de manutenção volta a encerrar a ponte entre esta quarta-feira e o dia 30 de abril. "Previsivelmente", informa a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). Durante as próximas semanas, "um dos cilindros hidráulicos de acionamento do tramo norte" será substituído. Em 2019, para reparar a terceira avaria da infraestrutura, foi necessário substituir um mecanismo igual a este, desta vez no tramo sul. Os trabalhos demoraram 22 dias.
A partir de hoje, e à semelhança do que aconteceu em situações anteriores, o transporte entre Matosinhos e Leça da Palmeira será assegurado por autocarros fretados pela APDL, "sendo o trânsito automóvel direcionado para o viaduto da A28". O transporte entre as margens será feito "durante 24 horas, das 7 às 22 horas (de dez em dez minutos) e das 22 às 7 horas (de 20 em 20 minutos), garante a APDL. Em Matosinhos, as paragens situam-se no acesso nascente à ponte móvel (junto à paragem da Maré) e, em Leça da Palmeira, por baixo da ponte (junto à paragem da STCP).
"Processos complexos"
O presidente da APDL, Nuno Araújo, já assegurou que os episódios de avaria não estão associados "a questões de manutenção, mas sim à "gripagem" prematura das rótulas e cilindros de movimentação dos tabuleiros".
Por ser "uma ponte única no mundo", clarificou a APDL em setembro do ano passado - após a quarta avaria -, "a sua manutenção e eventuais reparações são, inevitavelmente, processos complexos, que exigem a mobilização de meios técnicos e humanos".
Por esse motivo, a APDL garantiu, à data, ter "em permanência contratos de manutenção com empresas da especialidade" e cumprir "os planos de manutenção rigorosamente, efetuando vistorias semanais ao funcionamento da ponte móvel".
A avaria mais complicada ocorreu em 2013. Na altura, a estrutura parou por causa de uma das rótulas do mecanismo de articulação do tabuleiro. A peça teve de ser reconstruída de origem na Alemanha e a ponte móvel ficou parada por mês e meio, de 23 de outubro a 8 de dezembro.
O INEGI está a trabalhar num sistema para tentar identificar a origem e a causa do desgaste prematuro de peças cuja vida útil (mais de 40 anos) devia estar longe do fim.