Moradores reclamam obras ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, proprietário da maior parte dos apartamentos, em Aveiro. Elisa até já no carro dormiu.
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Elisa Machado, de 64 anos, abre a porta, envergonhada. Sabe que quem está do lado de fora “leva com o cheiro da humidade” que dali emana. Entra-se e percebe-se logo a origem do odor: não há parede ou teto que não tenha manchas negras de bolor e há mesmo sítios da casa onde pinga água do teto. O apartamento de Elisa é das habitações do Bairro do Griné, em Santa Joana, Aveiro, que se encontra em piores condições, mas todo o aglomerado habitacional está degradado. Diz quem ali mora que os blocos de apartamentos não sofrem obras há décadas. A maior parte dos imóveis é de habitação social e propriedade do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).
Há poucos meses, o IHRU começou uma empreitada de reabilitação no exterior dos blocos um e sete do Bairro do Griné. Mas os restantes cinco edifícios - com 24 apartamentos cada - continuam sem qualquer tipo de intervenção prevista. Em cada bloco, a maior parte das casas é propriedade do IHRU, estando arrendada como habitação social. Mas também existem, ainda que em menor número, apartamentos que foram comprados pelos respetivos moradores. E é isso que tem feito com que os anos passem e os prédios não sejam requalificados.