Comunidade intermunicipal quer instalar mais três equipamentos para detetar fogos e tem ainda projetos para criar novos pontos de água e financiar viaturas para bombeiros.
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A região de Aveiro conta duplicar o número de câmaras de videovigilância florestal até ao verão, reforçando a cobertura da área a controlar e eliminando alguns pontos mortos. Os novos equipamentos fazem parte de projetos da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) de proteção contra os fogos, que incluem ainda a criação de novos pontos de água e viaturas para as corporações de bombeiros.
Segundo a CIRA, atualmente já estão em operação três câmaras de videovigilância florestal, instaladas em Felgares (no limite entre os municípios de Albergaria-a-Velha e de Sever do Vouga), Óis do Bairro (Anadia) e Recardães (em cima do depósito de água daquela localidade de Águeda), locais onde garantem “a cobertura do território com maior risco de incêndio rural”. A intenção é instalar mais três câmaras, que “deverão estar operacionais no início de junho de 2025”, acrescenta esta entidade em resposta ao “Jornal de Notícias”.
A ideia, explicou o presidente da CIRA, Jorge Almeida, é criar uma rede suficientemente articulada e densificada para que não haja “buracos negros” em matéria de videovigilância. As novas câmaras a instalar ficarão em locais considerados relevantes para garantirem uma vigilância contínua, sendo que um projeto anterior da comunidade intermunicipal já havia identificado a zona de Válega (Ovar), Esgueira (Aveiro) e Feridouro (Belazaima do Chão, Águeda) como as mais adequadas para receber os novos equipamentos, apurou o JN junto de fonte da Comunidade Intermunicipal.
O sistema de videovigilância deverá ser coordenado com a GNR e com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, entidades que farão a gestão deste recurso através de monitores nas suas instalações.
Rede ampla de proteção
Para Jorge Almeida, estas câmaras são “essenciais à prevenção”, pois funcionam 24 horas por dia, durante todo o ano. Permitem, também, estabelecer uma rede ampla de proteção, uma vez que as regiões contíguas de Viseu Dão Lafões e de Coimbra também têm vindo a instalar equipamentos similares, acrescentou o responsável.
A CIRA, que em anos anteriores já havia feito um diagnóstico das necessidades de proteção, está a aproveitar o facto de fundos do Portugal 2030 para a área da proteção civil terem sido protocolizados com as comunidades intermunicipais para aplicar os seis milhões de euros de que dispõe em áreas críticas.
Para além das câmaras de vigilância, a comunidade intermunicipal quer construir dez novos reservatórios de água, que ficarão nos municípios de Anadia, Águeda, Aveiro e Albergaria-a-Velha. Atualmente, segundo a informação da CIRA, existem 169 destes pontos de água nos 11 concelhos, que permitem abastecimento terrestre (86), aéreo (18) ou misto (65).
Ações a definir
Nesta primeira fase – parte do dinheiro fica reservado para uma segunda, cujas ações ainda não estão definidas, mas poderão incluir a aquisição de equipamentos para as corporações de bombeiros da região – serão, ainda, apoiadas as corporações de bombeiros na aquisição de viaturas.
CIRA está disponível para ajudar as corporações locais
A CIRA está disponível para ajudar as corporações de bombeiros a adquirir viaturas, financiando cada uma até ao montante de 280 mil euros. Cada corporação tem direito a um veículo (tipologia à sua escolha), exceto Águeda, que terá duas, porque a corporação tem duas secções e o concelho possui a maior área florestal da região. Já foram formalizadas candidaturas por parte de Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga e Águeda. No caso de Águeda, as viaturas ascendem aos 636 mil euros, sendo o valor não comparticipado suportado pela Câmara e pela associação.