Avenida no Porto pensada há mais de 100 anos dá mais um passo no papel. Previstas 1665 casas
Mais de 100 anos depois de ter sido idealizada a Avenida Nun'Álvares, no Porto, continua sem sair do papel. Mas o processo deu mais um passo: os projetos de loteamento vão entrar em discussão pública. Está prevista a construção de 1665 habitações.
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É um quilómetro e meio de estrada entre a Avenida da Boavista e a Praça do Império no Porto, cuja concretização tarda há mais de 100 anos. Os primeiros planos da Avenida Nun"Álvares remontam a 1916; os três projetos de loteamento que permitirão avançar com a construção da via vão entrar em discussão pública no primeiro trimestre de 2025. Estão previstas 1665 habitações. Lá para o verão os projetos deverão estar aprovados, estima o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha.
O procedimento surge depois da definição de três unidades de execução, que vão permitir que a avenida avance por troços autónomos. Ou seja, esta estratégia permite que "a obra de construção da avenida possa ser feita de forma faseada e que cada uma das fases seja autonomamente viável", frisou Pedro Baganha.
A unidade de execução 1 abrange 94 mil metros quadrados, entre a Praça do Império e a Rua do Crasto. Nos nove lotes previstos vão nascer 598 habitações. Quase 53 mil metros quadrados de terreno serão cedidos ao município para arruamentos de acesso e zonas verdes.
Na unidade de execução dois, a operação de loteamento diz respeito ao troço entre a Rua do Crasto e a Rua do Molhe, com uma área total de aproximadamente 29 mil metros quadrados. Estão previsto 10 lotes e um máximo de 197 casas. O município vai receber quase 15 mil metros quadrados de terreno para arruamentos e uma praceta no centro do loteamento.
A unidade de execução 3 é a de maior dimensão, abrangendo mais de 140 mil metros quadrados entre a Rua do Molhe e a Avenida da Boavista, para onde se perspetivam 32 lotes e 870 fogos. "Neste loteamento, 70.009 m2 correspondem à área cedida ao domínio público para a construção de um parque de proximidade, correspondente à Ribeira de Nevogilde, assim como dos arruamentos", pormenoriza Pedro Baganha.
A avenida propriamente dita - que em 2010 chegou a ser rebatizada como Avenida D. Pedro IV pelo então presidente da Câmara, Rui Rio - terá "duas faixas de circulação automóvel, duas faixas bus, duas ciclovias e passeios largos, pontuados com árvores, e mobiliário urbano". O processo de construção da avenida tem conhecico múltiplos obstáculos ao longo dos anos, sendo marcado por várias polémicas.