Ainda não há data para retomar as ligações da carreira aérea Bragança-Vila Real-Viseu- Cascais-Portimão, que estão interrompidas desde o dia 3 de março.
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As viagens pararam devido a restrições impostas pelo Aeródromo Municipal de Cascais. "Neste momento estamos impedidos de efetuar voos. Lamentamos a situação e encetamos todos os esforços para retomar as operações normais", informou fonte da Sevenair, empresa que detém a concessão.
Em causa está uma dívida da operadora aérea à empresa municipal Cascais Dinâmica, que reclama mais de 100 mil euros à Sevenair relacionada com as taxas de serviço handling no aeródromo. A 3 de março, o avião que havia saído de Bragança às 7.30 horas foi impedido de prosseguir viagem depois de parar em Cascais. Entretanto, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) reuniu-se com a Sevenair e a Cascais Dinâmica no final da semana passada, mas a ligação aérea não foi restabelecida, porque a operadora aguarda documentos da empresa municipal para poder retomar os voos.
O presidente da Câmara de Bragança lamenta "esta trapalhada" entre as duas entidades e diz que "quem deve deve pagar, mas que se entendam sobre o valor, porque estão a pôr em causa a ligação aérea", afirmou Paulo Xavier.
O autarca considera que a situação "é lamentável" e adianta que já pediu para que "haja uma negociação" entre as duas empresas.
Paulo Xavier defende que o avião devia deixar de aterrar no aeródromo de Tires (Cascais) para o fazer no aeroporto da Portela (Lisboa), que fica mais perto para quem quer ir à capital".
A Sevenair considerava que não devia de pagar as taxas de handling inicialmente estipuladas em 132 mil euros, que o Município de Cascais reclama.
A operadora pediu um parecer à ANAC- Autoridade Nacional da Aviação Civil que deu razão à autarquia.
Esta autoridade considera que são legais "as taxas de serviços de handling" faturadas pela Cascais Dinâmica à empresa Sevenair, relacionadas com a utilização do aeródromo municipal pela ligação aérea regional Bragança-Vila Real-Viseu-Cascais-Portimão.
Por sua vez, a Sevenair tem ainda a receber do Estado cerca de 1,2 milhões de euros da concessão anterior.
O Conselho de Ministros aprovou na passada segunda-feira a reprogramação dos encargos plurianuais decorrentes do contrato de concessão para a prestação de serviços aéreos regulares na rota, após certificação pela Inspeção Geral de Finanças do valor da compensação financeira a pagar à concessionária Sevenair.