Dois aviões de passageiros estiveram a 180 metros de distância entre eles em pleno voo, quase metade da distância mínima de segurança, junto ao aeroporto de Faro, quando a Torre de Controlo preparava uma aterragem de emergência de uma terceira aeronave.
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O caso ocorreu no dia 27 de julho e foi classificado como um "incidente grave" pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAAF) por se tratar de uma "quase colisão em pleno ar entre aeronaves".
Às 16.07 horas, um avião com destino a Londres declarou Mayday após uma ave ser sugada pelo motor ao levantar voo em Faro. Estavam nessa altura seis aviões no ar e a prioridade da Torre de Controlo foi dada à inspeção da pista onde a aeronave iria aterrar de emergência, pode-se ler no relatório.
Os controladores de tráfego aéreo, dois com um supervisor, deram indicações aos vários aviões para esperar em várias altitudes, que viriam a ser incorretas e, nem dez minutos depois, receberam comunicação alarmante por um piloto. "Tenho tráfego aéreo a duas milhas na mesma altitude, como é possível?" questionou o piloto, numa transcrição que se pode ler no relatório realizado pelo GPIAAF.
Ao momento da comunicação do piloto, tinham sido dados dois alertas vermelhos na Torre de Controlo devido à proximidade entre aeronaves inferior à de segurança, de 300 metros, mas estas não tinham sido vistos pelos controladores de tráfego aéreo, ocupados com a operação de aterragem de emergência.
O relatório descreve várias comunicações com os pilotes das aeronaves a indicar falhas sobre as altitudes transmitidas pela Torre de Controlo, referindo que, assim que o problema foi detetado, "o controlador assegurou a separação dando rumos divergentes" às aeronaves, levando a que o alerta vermelho de aproximação das aeronaves cessasse.
Após o incidente, o GPIAAF concluiu, no relatório disponibilizado pelo organismo, que a situação podia ser evitada se existissem alarmes sonoros aos alertas vermelhos de proximidade na Torre de Controlo, que estarão disponíveis em novembro, e se houvesse uma melhor gestão nas mudanças de turno de controladores aéreos.
O GPIAAF insiste na realização de ações de formação aos controladores sobre os sistemas de alerta e gestão de situações de emergência, e reitera junto da Autoridade Nacional de Aviação Civil a supervisão da eficácia das ações de esclarecimento pela NAV junto dos supervisores relativamente à substituição antecipada dos controladores dentro das suas equipas.