<p>A Câmara de Mirandela quer instalar estudantes do Politécnico em casas devolutas de um bairro social, a preços baixos. O projecto é um argumento para o ministro não voltar a chumbar a construção de instalações para a escola. </p>
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Cansado de tanto reivindicar instalações definitivas para a Escola Superior de Comunicação e Turismo de Mirandela, um pólo do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), que está repartida por diversos edifícios há 10 anos, o autarca daquela cidade, José Silvano, decidiu avançar com um projecto que envolve o aproveitamento de casas de um bairro social (Bairro do Fundo de Fomento e Habitação) para alojar estudantes e professores, a preços mais baixos do que os praticados no mercado.
O projecto Campus XXI é, também, um argumento para que a construção de instalações definitivas para a escola seja aprovada pelo Ministério da Ciência e do Ensino Superior. Através da candidatura, a Câmara de Mirandela demonstra que o pólo não serve só para os estudantes da região, mas também pode ser um projecto social de atracção de alunos a nível nacional.
A escola é frequentada por 1200 alunos, mas o objectivo é aumentar mais algumas centenas nos próximos dois anos. O bairro vai ser dotado com fibra óptica para melhorar a rede de comunicações. "Achamos que, com esta justificação global, o Governo não terá mais motivos para adiar a construção da escola de Mirandela", afirmou José Silvano, que não esconde que um dos objectivos é captar mais alunos.
O projecto de construção de instalações próprias para a escola não tem avançado por falta de aprovação do Ministério da tutela. A Câmara já se ofereceu para construir a escola em regime de leasing, em que a Autarquia construía e o instituto pagava durante um prazo a fixar, mas mesmo assim a ideia não foi aceite.
"É para explicar ao ministro (Mariano Gago) para o sensibilizar de que a escola pode ter um abrangência diferente do que ele pensa, de que é apenas mais um pólo do IPB", frisou o edil, pois "pedindo instalações isoladamente não temos conseguido", rematou. Ao todo vão ser recuperadas 36 casas, actualmente vazias, mas esse número poderá vir a aumentar, porque, constantemente, residentes mudam para outras zonas da cidade.
O Campus XXI, no valor de 7,5 milhões de euros, já foi candidatado a fundos comunitários, aguardando-se a sua aprovação até ao fim do ano.