Na sua maratona de inaugurações pré-eleitorais, o edil reeleito de Santo Tirso, Castro Fernandes, foi até S. Martinho do Campo descerrar a placa dos balneários de uma colectividade que… ainda não podem ser usados.
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"Eles estão prontos; só não estão ainda funcionais devido à falta de uma caldeira" que aqueça a água dos banhos dos atletas, confirmou, ao JN, o presidente da Associação Recreativa de S. Martinho do Campo, o antigo jogador e treinador Zito. Resolvido ficou, entretanto, o remate do tecto do pavilhão: "A parte de cima não foi selada porque as condições do tempo estavam boas e ninguém ia lá acima ver. Agora, está tudo pronto", assegurou, ao JN, no passado dia 5 - exactamente um mês após a inauguração das instalações -, aquele responsável. Porém, a 27 de Outubro último, ainda era possível avistar trabalhadores em manobras no telhado dos balneários, uma intervenção que acabaria por revelar-se urgente devido às chuvadas que caíram. "Veio uma chuva inesperada e, na parte do hall de entrada, que tem um tecto falso, entrou humidade pelo buraquinho onde passam os fios da electricidade e TV Cabo", explicou Zito, salvaguardando: "Mas não entrou água, como se diz por aí".
De volta à caldeira: "É o que falta para o balneário funcionar, mas custa perto de cinco mil euros e não sei como vamos resolver este problema. A Associação não tem dinheiro", esclarece, referindo que tal equipamento "não estava contemplado no orçamento da obra", cujo custo total atingiu os 170 mil euros, dos quais 50 mil foram subsidiados pelo Município.
O dirigente da Associação garantiu, contudo, ao JN, que "não houve pressões da Câmara" para que a inauguração ocorresse antes das eleições do passado dia 11. "A pressão que houve foi que a imobiliária que comprou o terreno dos antigos balneários podia querer ir para lá e demoli-los", explica Zito. Além disso, acrescenta, "o construtor tinha de indemnizar a Associação se a obra não fosse concluída em 100 dias, como foi combinado previamente".
No entanto, Edmundo Costa, anterior presidente da colectividade campense, não tem dúvidas: "A Câmara fez a inauguração com fins políticos, de forma a obter dividendos nas eleições. É lamentável", sentencia.
Tirando os percalços descritos, Zito afiançou tratar-se de "balneários de última geração", que "vão satisfazer as necessidades nos próximos 30 a 40 anos".
O JN quis ouvir o líder da Autarquia, Castro Fernandes. Sem êxito.