O Banco de Tempo de Miratejo, no Seixal, já conquistou três dezenas de pessoas desde que abriu, a 23 de Setembro, promovendo a troca de mais de 30 horas. A ideia é encontrar mais cidadãos com tempo para dar à sociedade.
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A iniciativa nasceu da necessidade de apoiar idosos. "O que interessa, agora, é haver pessoas activas e disponíveis", refere ao JN a coordenadora do projecto, Marta Oliveira, fazendo um balanço positivo do encontro de membros realizado em Dezembro para promover o convívio entre inscritos. "A troca de serviços já ocorreu, porque há algum conhecimento entre as pessoas. Mas nos encontros há mais possibilidade de se incentivarem trocas", explica, frisando que há que ter confiança, por exemplo, na pessoa com quem se deixa os filhos. A cada inscrito são entregues quatro cheques, depositados à medida da prestação de serviços. A requisição de trabalhos, durante a mesma quantidade de horas, serve de pagamento. "Não podemos só dar, também tempos de pedir", realça Sara Abreu, de 59 anos, outra das mentoras da agência. Funcionária pública na área da Acção Social, Sara está disponível para processar texto, ir às compras, pagar contas, animar festas ou cuidar de crianças. "Fiz oito horas na Feira de Emprego. Por enquanto, não tenho necessidades, mas posso vir a precisar que me ajudem a forrar armários, passar a ferro ou cozinhar"
Responsável de um armazém de peças, Bruno Esteves, de 31 anos, aplaude o projecto. "É uma iniciativa espectacular", diz, garantindo dispensar entre quatro a oito horas semanais a preencher documentos, em traduções, na recolha de animais, acolhimento temporário de animais e acompanhamento em pesca.
Inscrita no banco, Helga Patrício, de 36 anos, é educadora de infância e pode disponibilizar três horas por semana como baby-sitter ou para acompanhar crianças e jovens. "Já dei quatro horas em trabalho de baby-sitter", adiantou, ao JN, frisando que, por enquanto, ainda não tem necessidades prioritárias para solicitar.