Negócios paralelos com pouca saída, mas cervejas e sandes vendidas à porta de cafés e restaurantes mataram a sede e fome de muitos.
Corpo do artigo
Os mais dados aos negócios abasteceram-se de cadeiras, bancos e chapéus à espera de um dia de calor e uma grande enchente para a Air. Race. De manhã era vê-los com carrinhos de mão carregados a percorrer as ruas de Porto e de Gaia. Ao final da tarde, depois da debanda geral, o desânimo e o cansaço estavam estampados nos seus rostos.
"Olha o banco para descansar as pernas! Olha a cadeira para não apanhar as varizes!", apregoava-se aos quatro ventos, em ambas as margens. O preço era único e "não é caro" diziam os vendedores para aliciar fregueses que tardavam em aparecer.
Vinte euros por duas cadeiras de ferro almofadadas, dez euros por um par de bancos estofados e cinco pelo par de bancos de lona. Barato ou caro, as vendas eram poucas e a verdade é que ou não há dinheiro na carteira, ou, se o há, não quer sair.
Os chapéus também estavam com pouca procura. Fossem à cowboy ou panamás, custavam o mesmo: cinco euros o par. Mas, os chapéus amarelos que uma marca de automóveis andou a oferecer "estragaram muito o negócio", queixava-se um vendedor.
A grande parte dos cafés e restaurantes, por comodidade e segurança, optou por colocar um balcão improvisado à porta e restringir o acesso ao interior. A oferta era variada, mas as sandes predominavam, entre alguns salgados aqui e ali. Bifanas, cachorros e panados no pão eram as mais solicitadas com preços que iam dos 1,70 até aos 3,50 euros. Quanto às bebidas, o portuense "fino" era, de longe, a bebida mais vendida com um preço médio de um euro por cada copo de 25 cl. As águas sofreram uma forte inflacção por causa da Air Race e por uma garrafa de meio litro pagava-se um euro.
Viam-se poucas das tradicionais bacias pousadas nos passeios com gelo e bebidas compradas no supermercado para revenda a um preço superior, mas havia-as.
Ao final da tarde, jovens que passeavam de arcas às costas a vender cerveja, água e refrigerantes arrependiam-se de ter aceitado os 12 cêntimos de comissão por cada euro vendido. "Estamos a andar de um lado para o outro desde a manhã e só vendemos trinta euros cada. Assim, não vale a pena ", lamuriava um, confessando que dois terços da equipa de cerca de 30 pessoas já tinham desistido e voltado para casa.
A esperança dos vendedores é que o dia de hoje traga mais e melhores negócios para escoar os stocks comprados de propósito para o evento.