O Governo vai apoiar o desenvolvimento das Redes de Nova Geração em 44 concelhos de zonas rurais do Norte do país. O concurso público internacional foi lançado ontem, em Resende, pelo ministro Mário Lino.
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As Redes de Nova Geração desenvolvem-se com base na fibra óptica, ultimamente tão falada. Permitem serviços de telecomunicações muito mais rápidos que os actuais, com a facilidade que tal pressupõe no acesso a produtos e serviços. Velocidades de Internet entre os 40 e os 100 Megabits por segundo é apenas uma das vantagens.
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações, Mário Lino, foi à capital da cereja lançar o concurso, mas quis falar para todo o país, porque uma política nacional "tanto se pode anunciar de Lisboa como em Resende". E assim exemplificou a proximidade que a rede de fibra óptica vai trazer a 44 concelhos, que corriam o risco de não conseguir atrair investimentos de operadores privados que a garantissem, dada a sua baixa densidade populacional e correspondente baixa expectativa de realização de negócios.
É para não ver aumentar o fosso digital entre as zonas urbanas e as zonas rurais, que o Governo decidiu lançar o concurso para instalação, gestão, exploração e manutenção de redes de comunicações electrónicas de alta velocidade. Abrange 140 concelhos de áreas rurais em Portugal, beneficiando um milhão de utilizadores até 2010. "Queremos dotar o país de infra-estruturas mais competitivas. Todo ele e não apenas algumas elites ou zonas com maior índice de riqueza. Para que o país não ande a duas velocidades", reforçou Mário Lino.
Neste contexto, até ao final deste ano está prevista a ligação de toda a rede pública de hospitais e centros de saúde, instituições públicas de ensino superior e politécnico, bem como redes públicas de museus e bibliotecas. Para 2010, fica a ligação de todas as escolas do ensino básico e secundário e de todos os serviços públicos de justiça. No seu conjunto, vão ser gastos neste projecto cerca de mil milhões de euros.
Mário Lino salientou que o investimento nas Redes de Nova Geração "estava previsto ser feito, mas não para já". Foi o plano de combate à crise do Governo que o tornou "prioritário", a par da aposta nas energias renováveis ou na modernização do parque escolar. Perante uma plateia em que abundava quem mostrasse cara de pouco entender do que ali se falava, o ministro sublinhou ainda a importância da fibra óptica para o futuro, "naquilo que Portugal vai ser quando a crise tiver passado".
De acordo com o governante, Portugal é o primeiro país da União Europeia a avançar com esta medida inovadora, sendo que o investimento vai ser financiado por fundos comunitários. É que a Comissão Europeia reconheceu que as Redes de Nova Geração contribuem para a sustentabilidade e crescimento económico e para o desenvolvimento social.