Terminou em morte a noite que tinha tudo para ser de festa, na freguesia da Ordem, Lousada. Daniel, 17 anos, após o jantar de fim de ano lectivo, foi encontrado sem vida numa piscina. Marcas de sangue adensam o mistério.
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A freguesia vivia a sua festa popular. O jovem, que frequenta o 10º ano na Escola Secundária de Lousada, tinha acabado de jantar com os colegas e com a directora de turma numa comemoração de fim ano lectivo.
Após o fim do convívio da turma, cerca da meia-noite, os jovens separam-se e cada um foi à sua vida. Foi então que um grupo de quatro rapazes terá ido acabar a noite na festa popular. Por razões que se desconhecem, e sabendo da existência de uma piscina numa Herdade Senhorial, semi-abandonada (é cuidada por um idoso casal de caseiros e acolhe esporadicamente os herdeiros a residir em Lisboa), Daniel Barbosa terá decidido dar um mergulho. A partir daqui tudo é mistério.
O grupo terá alegado às autoridades que Daniel, cerca da uma da madrugada, terá ido sozinho para a herdade. Como ele demorou muito a regressar, foram procurá-lo e encontraram-no morto, afogado, todo nu. Roupa e telemóvel estavam junto à piscina. Ao lado uma mancha de sangue.
Acontece que na localidade (familiares da vítima incluídos), praticamente ninguém quer acreditar que os colegas do Daniel tenham ficado à porta da herdade à espera que o colega, numa noite de calor, se refrescasse sozinho numa piscina que, embora privada, funcionará como comunitária. Ana Sofia de Portugal Oliveira Cardoso, uma das herdeiras que, ainda de luto pela morte do pai, veio a Lousada passar o fim-de-semana, garante o franqueamento de portas da herdade. O portão enferrujado não fecha. "É normal as pessoas usarem a piscina. Isto está um pouco abandonado e nós gostamos muito das pessoas da freguesia. Não dei conta de nada. Só acordei quando me foram chamar. Ao chegar aqui, à piscina, já aqui estava a Polícia.", explicou, Ana Cardoso, com marcas de uma noite mal dormida no rosto.
Os familiares do jovem dizem-se incrédulos com o que aconteceu. "Ele era um rapaz muito pacato, humilde, muito envergonhado", diz Luís Pacheco Barbosa pai de Daniel. Ao lado, o padrinho da vítima sublinha que ele nem sequer sabia nadar. "Acho tudo muito estranho. Ele tem familiares com piscinas, como é o meu caso, nunca usou nenhuma delas. Há qualquer coisa que não bate certo", conta José Sousa.
A professora terá dito à família que no jantar ninguém bebeu álcool. No caso do Daniel foi coca-cola", terá garantido.