
A Câmara de Barcelos garante que ainda não foram usados os 25 milhões do empréstimo, feito este ano
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Barcelos figura entre os municípios portugueses que mais aumentaram o endividamento no último ano, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses de 2024. O relatório revela que o concelho registou um agravamento de 17,4 milhões de euros, resultado de novos empréstimos superiores às amortizações realizadas, colocando-o entre os cinco municípios com maior crescimento da dívida.
O Município fechou 2024 com um passivo de 34 505 996 euros. Este valor poderá, no entanto, aproximar-se dos 59 milhões de euros, quando for utilizado o empréstimo de 25 milhões, aprovado em fevereiro de 2025, destinado a obras estruturantes, entre as quais a Variante Urbana do Novo Hospital, a Variante Nascente, a recuperação da rede viária municipal, o projeto da nova ponte urbana, as piscinas municipais de Galegos Santa Maria e Viatodos e o Centro Operacional de Barcelos.
Município contesta leituras alarmistas
Perante as críticas ao passivo, a Câmara Municipal de Barcelos defende que a análise da dívida tem sido feita de forma "alarmista" e sem considerar o contexto. A autarquia explica que o maior impacto no endividamento resulta do empréstimo contratado em 2023 para cumprir o acordo com a Águas de Barcelos (ADB). Dos 25 milhões aprovados, 18 milhões já foram aplicados no pagamento da indemnização à empresa, operação que - sublinha o Município - permitiu evitar uma dívida real de 214 milhões de euros herdada do anterior Executivo e extinguir todos os processos judiciais em curso.
Os restantes sete milhões de euros desse financiamento não foram utilizados ainda e destinam-se à expansão da rede de água e saneamento.
Quanto ao novo empréstimo de 25 milhões aprovado este ano, o Município esclarece que só será considerado dívida se vier a ser efetivamente usado e que poderá nem ser necessário, caso surjam outras fontes de financiamento.
A autarquia afirma, também, que "a situação financeira do Município é sólida", apontando para cerca de 23 milhões de euros de disponibilidades em conta e uma capacidade de endividamento que ronda os 95 milhões de euros.

