Está dado o pontapé de saída para as obras de construção da barragem do Pisão, no Crato, que vai reforçar o abastecimento de água em nove dos 15 concelhos do distrito do Portalegre, assegurar o regadio a “mais de cinco mil hectares” e possibilitar a produção de cerca de 60% da energia necessária para o Alto Alentejo.
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As palavras são do presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Alentejo, Hugo Hilário, no dia em que foi adjudicada a execução das infraestruturas primárias daquele equipamento a um consórcio ibérico das empresas FCC Construcción e Alberto Couto Alves.
A empreitada orça 64,99 milhões de euros e tem de estar concluída no final de 2026. A barragem vai inundar uma área de 726 hectares e contará com uma altura máxima de 54 metros, tendo uma capacidade de armazenamento de 118,2 hectómetros cúbicos.
A aldeia de Pisão, que conta atualmente com cerca de 70 moradores e 110 habitações, vai ficar submersa.
Erguer nova aldeia
O presidente da Câmara Municipal do Crato, Joaquim Diogo, alertou que a "prioridade" de todos os envolvidos neste projeto, a partir desta altura, passa pela construção da nova aldeia de Pisão.
A localidade vai ficar "submersa pelo caudal da barragem, mas muito rapidamente apresentaremos um masterplan [planeamento] de uma nova aldeia, desenhada a partir dos contributos da população", garantiu, ontem de manhã, o autarca na cerimónia de assinatura do contrato com o consórcio.
O projeto da barragem do Pisão é o mais avultado investimento, inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação de 141 milhões de euros, a que se somam 10 milhões do Orçamento do Estado. Inclui, ainda, duas centrais fotovoltaicas, uma terrestre e uma flutuante, que deverão envolver um investimento total superior a 132 milhões de euros, verba que não está inscrita no PRR.