O Bloco de Esquerda de Barcelos classificou esta segunda-feira de "demagógica, populista e politicamente perigosa" a proposta aprovada pela Câmara local para compensar financeiramente os funcionários municipais pelo corte dos subsídios de férias e de Natal.
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"É uma proposta demagógica, populista e politicamente perigosa, na medida em que não há garantias que possa ser executada e que gera expectativas nos trabalhadores que facilmente podem ser frustradas. Não se pode correr o risco de brincar com as pessoas, usando-as como joguetes político/partidários", refere, em comunicado, o Bloco de Esquerda.
A Câmara de Barcelos decidiu, por unanimidade, pedir ao Governo e à Assembleia da República uma regime de excepção, aplicável aos trabalhadores do município, que possibilite o pagamento dos subsídios de férias e de Natal ou valor equivalente, durante a vigência em Portugal do Programa de Assistência Económica e Financeira.
Se este regime não for aprovado, a Câmara de Barcelos pretende atribuir, do seu orçamento, a todos os trabalhadores um subsídio correspondente a duas vezes o valor do seu vencimento mensal em 2012.
O BE sublinha que aprova os princípios em que assenta a intenção da Câmara "quanto à reposição de um direito que assiste todos os trabalhadores portugueses", mas considera que, em vez de agir isoladamente, o município deveria "tentar criar um movimento nacional autárquico que em conjunto exerceria pressão política sobre o Governo para contrariar esta injustiça social".
Os bloquistas consideram, assim, que a Câmara de Barcelos "pôs o carro à frente dos bois", para "tirar dividendos partidários locais e de visibilidade nacional para português ver".
Para o BE, neste momento "a posição mais assertiva é contestar na rua, e por todos os meios democráticos ao dispor", o corte dos subsídios de férias e de Natal, anunciados para 2012 e 2103, a começar pela participação na greve geral convocada para 24 de Novembro.