A coordenadora do BE defendeu, esta segunda-feira, que é necessário um "plano de contingência" que reforce os transportes públicos em Lisboa durante as obras no Metro, considerando que a situação atual é "absolutamente intolerável".
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Em declarações aos jornalistas junto à estação do Campo Grande, Catarina Martins considerou incompreensível "ter-se começado tantas obras ao mesmo tempo" e "não ter existido nenhum plano para assegurar a mobilidade das pessoas durante as obras" de alargamento da rede de metropolitano na capital.
As críticas da líder do BE foram, aliás, confirmadas no local por vários populares, que deram conta da sua insatisfação devido à falta de alternativas em autocarro e ao número reduzido de carruagens do Metro.
"O BE propôs na Câmara, já há um ano, um plano de contingência para a mobilidade nesta altura. Carlos Moedas manteve o plano na gaveta durante um ano, nem sequer o quis debater. Lá foi obrigado a votá-lo e foi aprovado, mas numa altura em que já está instalado o caos. Entretanto, temos as empresas de transporte a dizer que não há soluções", lamentou.
Catarina Martins apontou que "quando há um evento importante", como um jogo de futebol, "há carreiras alternativas", e quando for a Jornada Mundial da Juventude "tem de haver reforço de transportes".
Quem trabalha ou quem vive em Lisboa não precisa que lhe digam que vai existir um plano de contingência, precisa mesmo que ele exista
"O que dizemos é que se trate com o mesmo respeito quem precisa dos transportes todos os dias para ir trabalhar e para ir estudar, como se trata quando é necessário para um grande evento desportivo ou para um grande encontro internacional", defendeu.
A coordenadora do BE disse ser incompreensível "por que é que também não é possível encontrar carreiras alternativas e aumentar a oferta de transportes" no dia-a-dia, alertando que "a situação em que estão neste momento as pessoas que trabalham e que vivem em Lisboa é absolutamente intolerável, é insuportável, as pessoas estão a perder horas em transportes, não há transportes, há locais onde não há mesmo ligação".
"Quem trabalha ou quem vive em Lisboa não precisa que lhe digam que vai existir um plano de contingência, precisa mesmo que ele exista", defendeu.
Apontando que esta situação é "absolutamente inaceitável" e que "tornar a cidade impossível para transportes coletivos é uma absoluta irresponsabilidade", a coordenadora do Bloco apontou que, para resolver a situação, "vai ser preciso gastar dinheiro, sim, vai ser preciso contratar", e defende que deve haver uma "divisão de custos" entre a autarquia e o executivo.
"O problema é que tanto a Câmara de Lisboa como o Governo fazem de conta que está tudo bem, não vemos ninguém a tratar da solução", criticou.
Chega quer ouvir secretário de Estado da Mobilidade Urbana
Ontem também, o Chega propôs ouvir no parlamento o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, para que Jorge Delgado dê explicações sobre as obras nos metros de Lisboa e Porto e sobre a derrapagem no custo destas intervenções.
"Temos assistido com enorme preocupação ao que se passa no metro de Lisboa, na mobilidade urbana da capital, e decidimos chamar para uma audição urgente o secretário de Estado da Mobilidade Urbana ao parlamento, para dar explicações que parecem fundamentais", afirmou o líder do Chega