Projeto de lei sobre único troço da autoestrada que continua a ser pago já está na Assembleia da República.
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Para tentar retificar aquilo que considera ser uma “injustiça”, o Bloco de Esquerda (BE) apresentou ontem, na Assembleia da República, um projeto de lei que elimina os únicos três pórticos da A25 onde ainda se paga portagem, situados nos concelhos de Aveiro e de Albergaria. No restante percurso daquela autoestrada, até Vilar Formoso, o pagamento foi abolido, desde 1 de janeiro.
“Com esta proposta, o partido pretende corrigir uma situação que considera especialmente injusta para as populações da região, que usam esta via como alternativa ao tráfego urbano e acesso à zona portuária”, esclareceu o BE.
Os três pórticos em causa, que têm um custo total de 90 cêntimos – no caso dos veículos de classe 1 –, estão localizados na freguesia aveirense de Esgueira, junto ao Estádio e em Angeja (Albergaria). E integram a concessão Costa de Prata, da Ascendi, ao contrário do restante traçado da A25, que pertence à Beiras Altas e Litoral, explorada pela mesma concessionária.
Só essa segunda concessão foi incluída, no ano passado, na proposta do PS de abolição de portagens que viria a ser viabilizada pelos partidos de esquerda, pelo PAN e pelo Chega, com abstenção da IL. O PSD e o CDS-votaram contra. Mas só na semana passada, no primeiro dia sem pagamento de portagens, é que os utilizadores da A25 se aperceberam de que havia três pórticos daquela autoestrada que continuavam a ser pagos.
“O BE responsabiliza o PS e o PSD por manterem estas portagens e condena a exclusão destes pórticos na proposta mais recente do PS. Além disso, denuncia a inércia dos representantes eleitos pelo distrito, que foram incapazes de tomar medidas para corrigir esta situação”, acusou o partido, que defende “o regresso de todas as antigas scut à gestão pública, considerando as autoestradas um bem público coletivo”.
Petição
Começou há poucos dias a circular uma petição pública, onde se exige a abolição do pagamento de portagem nos três pórticos em causa. Esta segunda-feira, ao início da noite, a mesma já contava com 9000 assinaturas.
Ao mesmo tempo, na semana passada, a Câmara de Albergaria aprovou um voto de protesto contra a cobrança de portagens na A25, que considera ser uma medida “discriminatória”. A Junta de Freguesia de Cacia (Aveiro), por seu turno, anunciou que a população está a equacionar organizar uma marcha lenta, como protesto, e a Câmara de Aveiro também se mostrou contra o pagamento.
