O Bloco de Esquerda (BE) de Aveiro defende que o antigo edifício da Caixa Geral de Depósitos (CGD) - situado na Rua do Clube dos Galitos e colocado à venda pela instituição bancária, recentemente, por 3,4 milhões de euros - seria uma solução para albergar os serviços municipais da Câmara de Aveiro. Por isso, apresentou uma moção à Assembleia Municipal, que vai debater o assunto esta sexta-feira.
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João Moniz, deputado municipal pelo BE, diz que a moção surgiu "devido a duas questões que parecem confluir". "Por um lado, o edifício deixou de cumprir a sua função e está à venda. Por outro, sabe-se que a Câmara de Aveiro está a agilizar esforços para tirar os seus serviços do Centro de Congressos, passando-os para o edifício da atual Escola Secundária Homem Cristo", contextualiza o bloquista.
A solução, para o BE, é simples: a Câmara deveria "procurar junto do Governo e do Conselho de Administração da CGD uma solução pública para o referido edifício, seja para albergar serviços municipais ou outros serviços públicos de interesse". Solução essa que pode passar, por exemplo, "por uma compra ou uma cedência".
Assim, frisa João Moniz, "evitava-se que caísse nas mãos de privados, pois já se sabe que existe a intenção de tornar aquele edifício numa unidade hoteleira e aquela zona já sofre uma pressão turística bastante forte, com consequências do ponto de vista da habitação, que seriam ainda mais negativas".
Ao mesmo tempo, o deputado do BE alega que a solução apresentada permitiria "preservar a função de escola no edifício da Homem Cristo, não obstante requalificações que devem ser feitas". Até porque, salienta, "aquele é um edifício com relevância histórica, por ter sido o primeiro liceu a ser construído de raiz, a nível nacional".
A moção apresentada pelo BE vai ser discutida e votada, amanhã à noite. E trata-se de uma recomendação para que a Câmara concorde com em encontrar "uma solução pública para o edifício da CGD".
Contactado pelo JN, Ribau Esteves, presidente da Autarquia, garante que só vai emitir uma opinião sobre o assunto durante a sessão da Assembleia Municipal, "por uma questão de respeito institucional".
"Nem percebo como é que um partido faz uma nota de imprensa da moção dois dias antes da Assembleia. Não vou ser eu a subscrever esta rebeldia institucional do Bloco", critica o autarca.