Mateus, de dois anos, "está estável e em vigilância".
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Na Rua de Macau, no Prior Velho, Loures, os moradores estão "em choque" com a queda de uma criança de um segundo andar de um prédio. Mateus, quase a completar dois anos, debruçou-se numa janela e terá caído acidentalmente, sexta-feira de manhã, enquanto a mãe estendia os lençóis na janela ao lado, apurou o JN.
O bebé foi transportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, mas "está estável e em vigilância". "Não houve necessidade de internamento em cuidados intensivos", confirmou o hospital, ao JN.
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Elisabete Raimundo, 63 anos, estava a despejar o lixo quando viu a criança a cair. "Vinha aos trambolhões e assim que caiu começou a chorar. Caiu de barriga, se a cabeça tivesse batido numa pedra tinha morrido. A mãe estava a estender os lençóis e provavelmente ele empoleirou-se na outra janela", conta a vizinha, emocionada. A mãe do menino, Soraia Santos, 22 anos, assim que se apercebeu do que aconteceu, desmaiou, relata a testemunha.
Os vizinhos dizem que o menino não apresentava sinais de subnutrição ou violência, mas que se notava que "a fralda não era mudada há vários dias". A criança vive com a mãe, a tia, a avó e o padrasto e "raramente é vista". "Não costumam sair de casa. A mãe, que vive de rendimentos sociais, tem um distúrbio mental e, tendo em conta as limitações, acho que não devia ficar só com o bebé", explica António Prudêncio, 45 anos.
Pouca higiene
Ainda segundo o morador, a mãe do menino não apresenta as melhores condições de higiene. "Tinha piolhos, cheirava a urina e estava muito magra. Tanto ela como a criança deviam estar a ser apoiadas. Isto dá dó", lamenta. Jéssica Dias, amiga, concorda. "Isto revolta-me porque ela precisa de ajuda, não consegue tratar da criança sozinha", diz.
A mãe da criança e outras duas irmãs, de acordo com os vizinhos, terão sido abandonadas pelos pais quando eram menores. Foram acolhidas numa instituição e uma das três, a mãe do menino que caiu, regressou quando fez 18 anos. "Na altura, se não fosse eu e o meu marido a chamar a Polícia, aquelas crianças tinham morrido sozinhas em casa. Hoje, tenho pena do bebé e da mãe, não é fácil viver naquele ambiente", diz Elisabete Fernandes, vizinha.
O JN enviou questões à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, mas não obteve resposta.