Uma menina de cinco meses está internada desde que nasceu no serviço de pediatria e neonatologia do Hospital de Bragança, de onde nunca saiu, à espera do desfecho do processo de retirada à mãe, que não tem condições para a criar. Ao que o JN apurou, a família tem já dois filhos institucionalizados na Obra Kolping, em Bragança, por decisão judicial.
Corpo do artigo
A bebé, que nasceu a 27 de junho, é muito acarinhada pelos profissionais de saúde, "que lhe dão muitos mimos e presentes", indicou uma fonte ligada ao processo.
Porém, muitos dos que trabalham naquela unidade consideram que a manutenção da criança internada não é a melhor opção para o seu desenvolvimento social. "A criança está internada há mais tempo do que é habitual nestes casos, em que os bebés são retirados às famílias e entregues à guarda de instituições", referiu a fonte, sublinhando ainda que "seria desejável que a menina fosse institucionalizada na Obra Kolping, uma vez que a família não pode cuidar dela, até porque lá poderia conviver com os irmãos e com outras crianças, bem como habituar-se a uma rotina com as funcionárias".
Questionada pelo JN, a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste esclareceu, por escrito, que o internamento em instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde pode ocorrer por motivos clínicos ou, eventualmente, na ausência destes, por motivos sociais. "Não deve, assim, inferir-se que qualquer menor ou adulto "vive no Hospital", mas sim que, por uma das razões apontadas, aí se encontra internado(a)", referiu a ULS.
Não foi possível obter informações do tribunal de Bragança, onde corre o processo judicial.