Bebiana Cunha volta a ser a candidata do Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) à Câmara do Porto depois de ter encabeçado a lista do partido nas autárquicas de 2017. A parlamentar e psicóloga defende que a cidade deve ter, "pela primeira vez, uma presidente no feminino".
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Que propostas tem o PAN para o Porto?
O PAN propõe ao Porto uma visão de médio e de longo prazo, com políticas responsáveis, capazes de responder às necessidades das pessoas, que se coloquem ao lado dos moradores, da economia local, do ambiente e do tratamento digno dos animais. A Câmara deve promover e aplaudir as iniciativas cidadãs. Veja-se, por exemplo, as petições para a preservação da estação Porto-Boavista ou do jardim ferroviário, ou a dos moradores da Travessa Régulo Magauanha que reivindicam, e bem, por um espaço verde de proximidade.
A mobilidade também é um problema?
No Porto é preciso perspetivar a mobilidade dentro e para fora do Porto, promovendo ferrovia, o uso de metro e os meios suaves. A municipalização da STCP tem de dar resposta às efetivas necessidades em termos de frequência, de intermodalidade. Em matéria de recursos naturais, queremos também que a Câmara tenha uma voz ativa no rio Douro e que não mantenha a subserviência à APDL e, no plano educativo, se promova a literacia ambiental, do bem-estar animal e da cidadania que visam também promover uma sociedade mais inclusiva e justa.
Que setores têm tido pouca atenção por parte da Câmara?
Diria que um executivo que apresenta um plano municipal da juventude a cada fim de mandato, tal como fez em 2017 e fez agora em 2021, não está verdadeiramente preocupado com respostas às preocupações da juventude. Os processos de cocriação de um plano municipal são evidentemente importantes, mas igualmente importante seria a sua implementação. Portanto, a implementação de políticas estruturadas de juventude têm ficado para trás nestes dois últimos mandatos. E a habitação. O executivo promoveu políticas desintegradas e avulsas de habitação, quando face às elevadas necessidades são precisas diferentes respostas e integradas, com uma estratégia local de habitação que ficou por atualizar.
E em termos ambientais?
As decisões políticas em matéria ambiental, apesar de bem embrulhadas e vendidas como bandeiras do executivo, perderam quando o executivo com o apoio do PSD aprovou este Plano Diretor Municipal, do qual o PAN foi muito crítico, pois neoliberaliza a impermeabilização do solo e legitima a construção desenfreada em áreas da cidade que deveríamos preservar. A visão trazida no PDM, infelizmente, trará uma pressão enorme a freguesias como Campanhã, Bonfim, Centro Histórico, Lordelo do Ouro e Massarelos.
O PAN na presidência poderia fazer a diferença?
Sem qualquer dúvida que o PAN pode fazer a diferença no executivo da cidade do Porto. Somos um conjunto de pessoas que claramente querem outro ritmo, outras decisões e outras prioridades políticas para a cidade, um conjunto de pessoas que querem na história do Porto, pela primeira vez, uma presidente no feminino.