<p>A empresa de lanifícios Beiralã anunciou o despedimento a mais 120 trabalhadores, disse, esta terça-feira, à agência Lusa, Carlos João, presidente do Sindicato dos Têxteis da Beira Alta, afirmando que os trabalhadores tiveram conhecimento do despedimento por carta individual.</p>
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Segundo o sindicalista, o encerramento da empresa de Seia "não é uma surpresa para os trabalhadores" que já tinham os seus contratos suspensos desde Setembro do ano passado. "O despedimento insere-se no processo de insolvência, e foi pedido pelos trabalhadores por forma a poderem recuperar os seus créditos e participar na assembleia de credores", adiantou, à Lusa, António Correia, administrador judicial da Beiralã.
Correia confirmou que vai apresentar na assembleia de credores, no dia 1 de Junho, um plano de insolvência por forma a evitar o encerramento definitivo. Os trabalhadores, o IAPMEI e a Segurança Social são os principais credores da empresa.
Carlos João revelou igualmente, ontem, que também a fábrica de calçado ARA, o maior empregador de Seia, vai despedir mais 30 trabalhadores. Segundo o sindicalista, a ARA, uma empresa de capitais alemães, "tem vindo nos últimos anos a proceder a despedimentos", não sendo esta última vaga, de três dezenas, "uma surpresa", na opinião de Carlos João.
A informação sobre os despedimentos não foi confirmada pela Administração da empresa, que se mostrou indisponível para falar sobre o assunto. Os trabalhadores despedidos pela ARA têm vindo a ser "indemnizados com uma taxa de 1.20 salários por cada ano de trabalho", disse Carlos João. Em Portugal, para além da fábrica de Seia, o grupo tem uma outra em Vila Nova de Gaia, a Granite. A unidade de Seia tem 400 trabalhadores.