A Unidade de Saúde do Fonte Nova, na freguesia de Benfica, em Lisboa, foi inaugurada esta quarta-feira para dar resposta a 30 mil utentes, que há mais de uma década tinham consultas em contentores e num prédio habitacional. O equipamento custou três milhões de euros e tem uma valência nova, consultas de nutrição, e mais dois fisioterapeutas.
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O presidente da Câmara de Lisboa disse que tem feito "um esforço de complementar o Serviço Nacional de Saúde, tendo aumentado em 50% o investimento na saúde". "Em 2023, são 10,5 milhões de euros e, até 2026, são 28,6 milhões", referiu Carlos Moedas.
Manuela Faria desloca-se com dificuldade até à porta da Unidade de Saúde do Fonte Nova, mas agora só tem de subir uma rampa. Antes, era mais complicado. "O meu centro de saúde era num prédio habitacional, ficava num quarto andar e o elevador era muito pequeno. As condições eram piores", diz a moradora de Benfica que elogia ainda o reforço dos fisioterapeutas. "Com a nossa idade temos mais necessidade de fisioterapia, é importantíssimo".
Não temos conseguido captar médicos. Os custos para viver em Lisboa afugentam estes profissionais, que não conseguem habitar c
Alzira Torgal, 74 anos, também estava satisfeita. "Este é melhor, já não tenho de ir aos contentores". Para Hugo Godinho, 32 anos, o novo equipamento "tem mais aspeto de centro de saúde".
O presidente da Junta de Benfica, Ricardo Marques, disse que a nova unidade de saúde local "cobrirá 30 mil utentes, mas 5000 ainda ficam sem médico de família" nesta freguesia. O autarca disse que só será possível haver cobertura integral de médicos de família, em Benfica, se o centro de saúde da Boavista, aberto em 2013, "começar a funcionar em pleno". "Não temos conseguido captar médicos. Os custos para viver em Lisboa afugentam estes profissionais, que não conseguem habitar cá", lamentou Ricardo Marques.
A Câmara de Lisboa e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo assinaram protocolos, em 2017, para a construção ou requalificação de 14 Unidades de Saúde Familiar, das quais seis já foram inauguradas. Carlos Moedas pediu "um empurrãozinho" ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, também presente na inauguração da USF do Fonte Nova, para acelerar a abertura dos centros de saúde do Beato e Ajuda, praticamente prontos.