Moradores e comerciantes da zona do Marquês de Pombal, no Porto, denunciaram a degradação da Biblioteca Popular Pedro Ivo, no interior do jardim. Queixam-se, ainda, do alarme do equipamento, que "não pára de tocar desde o início do ano". Uma equipa da empresa municipal Ágora foi ao local na manhã desta quarta-feira, para "averiguar o que será necessário reparar". Até porque atualmente está a decorrer um concurso público para dinamizar o espaço, ao qual foram apresentadas duas propostas.
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"É noite e dia, e para dormir é um problema". O desabafo é da brasileira Marina Pane, 35 anos, que vive a 50 metros da biblioteca e tem ouvido o som constante do alarme de segurança. A moradora diz que já se queixou à Câmara, mas que nada foi feito.
Na manhã desta quarta-feira, uma equipa da Ágora, empresa municipal que está a gerir o equipamento, foi até ao local "para averiguar o que será necessário reparar". "Ainda assim o alarme continua ativo", acrescentou a Câmara, em resposta ao JN.
José Mendes, 52 anos, trabalha no Quiosque do Marquês e também já se apercebeu que o alarme "está sempre a tocar". "É lamentável um espaço público ter as portas fechadas, e num sítio destes, onde passa tanta gente. Se não serve de biblioteca, podia servir de esplanada, como já foi antes", referiu.
O edifício da antiga biblioteca foi, durante oito anos, explorado pelo café Pereira, que também se situa na praça. Segundo a gerente, Linda Carmo, o equipamento serviu de apoio a uma esplanada e foi bastante atrativo enquanto funcionou. "As pessoas diziam que estavam no café da antiga biblioteca do Marquês, e já todos sabiam onde era", referiu Linda Carmo.
"Infelizmente", o café Pereira teve de abdicar do local, a pedido da Câmara do Porto, mesmo antes do início da pandemia. Segundo Linda Carmo, a praça "perdeu a vivacidade" depois do espaço da antiga biblioteca fechar portas. Inclusive, as casas de banho por baixo do coreto da praça, "que eram úteis para os sem-abrigo", também fecharam.
Concurso público
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Em dezembro de 2022, a Câmara Municipal do Porto anunciou a abertura de um concurso público para projetos interessados em dinamizar o espaço.
O Município avançou ao JN que o concurso está a decorrer, "tendo sido rececionadas duas candidaturas, que se encontram em fase de apreciação pelo júri".
Falta de segurança
A residir há cinco anos junto à Praça do Marquês do Pombal, Marina Pene sente que também "há uma grande falta de policiamento junto à praça".
O taxista Fernando Santos confirma que não se veem muitos polícias a passar ali, e por esse motivo, "a praça acaba por ser mais perigosa". "Há muitos cafés aqui, e são muitas as pessoas alcoolizadas que ficam por aqui quando começa a anoitecer", acrescentou o taxista.
A Câmara do Porto referiu ainda que "a Polícia Municipal também se vai deslocar ao local, por forma a criar as condições necessárias para que a situação de vandalismo não se repita".