Biblioteca Municipal do Porto ficará fechada mais tempo. Prazo das obras derrapa e custo aumenta
A Câmara do Porto lançou um novo concurso para a reabilitação da biblioteca municipal em S. Lázaro. Face ao primeiro procedimento, o preço-base subiu de 26,5 milhões para 34,5 milhões e a conclusão dos trabalhos, que estava prevista para o final de 2027, deve derrapar um ano.
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Os trabalhos de requalificação e ampliação deviam ter começado em dezembro, para ficarem concluídos no final de 2027. Com o novo concurso, só devem avançar no final deste ano, ficando prontos no final de 2028.
A biblioteca pública no centro da cidade está encerrada totalmente desde julho do ano passado, depois de, a 1 de abril, ter encerrado o atendimento ao público. No local avançaram trabalhos de prospeção arqueológica, que confirmaram a existência de um dos primeiros cemitérios públicos do Porto, com recolha de muitos vestígios e ossadas. A biblioteca Almeida Garrett e a rede da Biblioteca Errante passaram a ser as alternativas ao edifício de S. Lázaro.
A 16 de maio do ano passado, a Câmara, através da empresa municipal Go Porto, lançou um concurso público para a requalificação da biblioteca, seguindo o projeto de Eduardo Souto Moura. O preço-base era de 26,5 milhões de euros e o prazo de execução de três anos (1095 dias). O prazo mantém-se no procedimento lançado agora, quase um ano depois, embora o preço tenha escalado cerca de 30%. O concurso foi publicado no Jornal Oficial da União Europeia na sexta-feira e, nesta segunda-feira, no Diário da República.
Trata-se de um concurso limitado por prévia qualificação. Ou seja, num primeiro momento as empresas apesentam a sua candidatura e, depois, as selecionadas são convidadas a apresentar as propostas para a execução da empreitada. Dados os prazos apontados no primeiro concurso para estas duas fases (junho e outubro), verifica-se que a concretização da empreitada vai derrapar cerca de um ano, ficando pronta em finais de 2028 e não de 2027, como estava previsto. O investimento não tem fundos europeus.
Datado do século XVIII, o imóvel "será requalificado com o objetivo de otimizar os serviços prestados, assegurando sempre a manutenção da sua identidade", explica a Go Porto. Serão criadas novas valências como uma biblioteca sonora, novos espaços culturais e de exposição, assim como novos espaços exteriores ajardinados. "A intervenção visa também criar o circuito do livro e o circuito do leitor, a fim de melhor atender o público que têm crescido ao longo dos anos", refere a empresa municipal.
A empreitada inclui a ampliação da biblioteca, concretizada através da construção de um novo edifício e de uma cave logística, "o que resultará num expressivo aumento da atual dimensão da biblioteca". "A área total de intervenção ultrapassa os 15 mil metros quadrados, com 7700 referentes às novas construções e 7680 à requalificação do edifício existente", é contabilizado.