A louça preta de Bisalhães, cujo modo de fabrico é Património Cultural Imaterial há quase nove anos, vai ter um museu naquela aldeia de Vila Real. O projeto deverá promover esta arte ancestral, homenagear os oleiros e atrair mais turistas.
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O presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, descreve o Museu da Louça Preta de Bisalhães como a “celebração de um dos patrimónios mundiais do concelho”. O outro é o Alto Douro Vinhateiro. O compromisso da autarquia para conseguir a classificação foi “pugnar pela salvaguarda” da arte da olaria negra. Uma das componentes desse trabalho é a “valorização do que já existe”. A outra é a “inovação e a formação para poder ter novos oleiros”.
O “passo em frente” que agora está a ser dado é a criação de um museu dedicado à louça preta daquela aldeia da freguesia de Mondrões. “Um espaço que permita que este barro seja valorizado”. Para o efeito, foi encontrada em Bisalhães uma casa antiga com cerca de 250 metros quadrados. Está datada do século XVIII e inclui uma oficina de olaria e um forno, onde eram cozidas as peças. “Remonta aos tempos em que o trabalho com o barro negro se instalou em Bisalhães”, salienta o autarca Alexandra Favaios.
O museu vai custar cerca de 550 mil euros, que serão totalmente suportados pela Câmara no caso de não se conseguir financiamento comunitário. O presidente da autarquia está confiante de que, em qualquer das circunstâncias, possa ser lançado em setembro deste ano. Vai ter um espaço para exposições, uma oficina experimental e um pequeno auditório.
Passar o testemunho
Alexandre Favaios destaca a tripla componente do futuro museu: a valorização económica desta arte, a valorização turística do concelho, e de Bisalhães em particular, e “o serviço educativo que poderá ser criado a partir deste espaço”. Ora, este serviço será importante para “passagem de testemunho para novas gerações”, para que “esta arte da louça negra se perpetue no tempo”.
Também a vereadora da Cultura, Mara Minhava, sublinha que se pretende que o museu seja “um lugar vivo e que conte histórias”, enquanto o presidente da Junta de Freguesia de Mondrões, Félix Touças, dá conta de que que têm sido feitos diversos investimentos para promover o “diamante por lapidar”, que é o barro negro de Bisalhães.