O Arcebispo de Braga, D. José Cordeiro e o Bispo Auxiliar, D. Delfim Gomes, apelaram, este domingo, em mensagem para a Quaresma ao voto nas eleições legislativas.
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"Como bons cidadãos e bons cristãos exerçamos o direito e o dever do voto na construção responsável do bem comum e na defesa e promoção da dignidade inalienável da pessoa humana”, disseram.
A mensagem para o Tempo da Quaresma e Páscoa 2024, com o título “Sempre enCaminho – À mesa com Jesus” adianta as duas finalidades do "contributo penintencial" deste ano: o Fundo Partilhar com Esperança, que é um fundo arquidiocesano, sob administração da Vigararia Episcopal para o Desenvolvimento Humano Integral, para apoio de famílias carenciadas; e o apoio da equipa missionária que está ao serviço da Paróquia de Ocua, Diocese de Pemba, em Moçambique.
“Esta partilha assume maior pertinência com estas palavras do Papa Francisco: a forma sinodal da Igreja, que estamos a redescobrir e cultivar nestes anos, sugere que a Quaresma seja também tempo de decisões comunitárias, de pequenas e grandes opções contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e de toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a inclusão de quem não é visto ou é desprezado”, dizem os prelados.
Os dois bispos recordam também um outro pensamento do Papa: “Convido a comunidade cristã a fazer isto: oferecer aos seus fiéis momentos para repensarem os estilos de vida; reservar um tempo para verificarem a sua presença no território e o contributo que oferecem para o tornar melhor”.
No texto, os bispos dizem que o caminho faz parte da identidade do cristão: “Estamos com Jesus e a caminho da terra prometida. É um permanente êxodo. Somos o povo de Deus, que através do deserto, se vai libertando do Egito, casa da escravidão, que traz dentro de si. É um peregrinar contínuo, feito por cada um e em comunidade, para a terra prometida. Não se trata apenas de andar por andar, mas ousadia de acolher e avançar por um caminho nunca percorrido”.
Abandonar as estradas velhas
E acrescentam: “Isto implica deixar para trás, diríamos mesmo abandonar, as estradas velhas, todos os atilhos opressivos, lamentos, murmúrios, comportamentos desviantes, palavras ofensivas, ideias destruidoras, estatutos pretensiosos, tradições desadequadas, hábitos instalados, preconceitos... e abraçar o desejo da terra da promissão, terra da liberdade. É o rompimento com toda a espécie de egoísmo ou ídolos e decidir-se pelo esvaziamento de si em favor do outro”.
“A Quaresma que iniciamos e a Páscoa que vivemos oferecem-nos este caminho de esvaziamento, de conversão e de liberdade. A Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser o lugar do primeiro amor. Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte à vida”, acentuam, evocando a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma.