A concelhia do Bloco de Esquerda (BE) de Famalicão está preocupada com a "destruição do património cultural arquitetónico" e quer saber porque é que foram retirados os azulejos da fachada da Casa do Senador Sousa Fernandes, na rua Adriano Pinto Basto, propriedade da Câmara Municipal.
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"A Autarquia age, de novo, em favor da subtração de fachadas com significado e valor histórico ao património coletivo local", lê-se no comunicado enviado aos jornalistas. "A relevância da preservação do edifício é irrefutável, na exata medida da projeção de Sousa Fernandes sobre a história local", continua o BE, notando que a conservação do património como "prolongamento da história e cultura local e nacional também não merece hesitação".
"Adquire ainda maior pertinência a sua conservação pela significação atribuída em resultado dos valores defendidos por Sousa Fernandes, tanto na vida cívica como nas funções públicas desempenhadas, designadamente como presidente da Câmara" acrescenta.
Contudo, refere o BE, parece verificar-se a "diminuição agressiva do valor histórico, cultural e patrimonial do centro urbano e do nosso espaço público acrescentando que é preciso saber as "reais intenções" dos projetos de reabilitação. Relativamente à Casa do Senador Sousa Fernandes, o BE quer saber "quais as justificações para a eliminação dos azulejos, quais os métodos empregues para a sua retirada, onde estão os azulejos, se irão ser repostos, se a intervenção irá além do que foi já concretizado, qual o destino do edifício em causa, se as outras casas dos republicanos famalicenses serão classificadas".
A Câmara de Famalicão refere, num esclarecimento enviado ao JN, que os azulejos foram retirados por "motivos de segurança", depois de uma vistoria técnica. "Na sequência da queda de alguns azulejos para a via pública e de uma vistoria técnica realizada ao local, foi decidida a retirada dos azulejos por motivos de segurança. Os azulejos foram guardados para posterior recolocação, aquando da intervenção de reabilitação que vier a ser realizada", adianta.
Acrescenta ainda que a preservação a Casa do Senador Sousa Fernandes e da sua fachada "só poderia estar assegurada por maioria de razões, dada a reconhecida relevância do imóvel como património cultural do concelho".
A Autarquia acrescenta que a reabilitação e valorização do património edificado citadino é uma das suas "preocupações centrais".
"É com esse cuidado que estão a ser desenvolvidos todos os projetos que estão sobre a alçada municipal, em preparação ou em desenvolvimento dentro da Área de Reabilitação Urbana de Famalicão", lê-se no esclarecimento. E acrescenta que o município tem "incentivado e ajudado os proprietários a recorrerem ao instrumento financeiro destinado a apoiar projetos de reabilitação urbana".