Marisa Matias, do Bloco de Esquerda (BE), acusou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de "partidarizar" as nomeações para as Unidades Locais de Saúde (ULS). A deputada, que visitou, esta terça-feira, o Hospital de Gaia, acredita que os critérios têm de ser "transparentes" e baseados na "competência".
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A bloquista abordou o tema após uma reunião com Rui Guimarães, presidente do conselho de administração da ULS Gaia/Espinho, que terminou mandato em dezembro, mas que ainda não sabe se continuará no cargo ou se será substituído.
"Há nomeações bastante polémicas em várias regiões do país em que a experiência profissional e o conhecimento foram, até que provem o contrário, substituídas por um cartão partidário, muitas ligações a autarquias, mas pouco conhecimento da gestão hospitalar", afirmou Marisa Matias.
Após deixar rasgados elogios ao trabalho desenvolvido naquela ULS, a deputada reforçou a necessidade de "despartidarizar" os cargos. Além disso, salientou que os critérios para as nomeações devem passar por "competência clínica e gestão hospitalar".
"O SNS [Serviço Nacional de Saúde], além de ser a maior conquista do 25 de Abril em Portugal, continua a ter muitos bons exemplos de funcionamento e deve isso aos seus profissionais. E nesta ULS percebemos que houve um trabalho que foi feito nos últimos anos que permitiu melhorar e muito a resposta aos utentes. Aqui existe uma cobertura de quase 100% de médicos de família, conseguiram reduzir os tempos de espera nas urgências, os acesso às cirurgias (...). Há aqui uma ULS que funciona e que melhorou muito a resposta aos utentes. Tem resultados, uma evolução muito concreta", explicou.
A fechar, Marisa Matias fez questão de explicar que considera a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a culpada desta má gestão, acusando-a de inação. "Não assume a própria responsabilidade. É grave", terminou.
A "urgência de travar" a lei dos solos
Noutro tema, a parlamentar do Bloco de Esquerda abordou a necessidade de "travar a lei dos solos", defendendo que "não terá impacto no problema da habitação".
"O que nos preocupa verdadeiramente em toda esta polémica são as alterações legais que estão a ser propostas à lei dos solos. A maneira como esta lei está desenhada não vai resolver em nada o problema da habitação e não vai reduzir os preços da habitação. Neste momento, o que é urgente é travar esta lei, que é verdadeiramente uma lei que afeta muito o rumo do país", afirmou a bloquista.