O Hospital de Aveiro vai entrar em obras em meados deste ano graças aos cerca de sete milhões de euros aprovados nos últimos dias pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O bloco operatório vai estar fechado meio ano para remodelação.
Corpo do artigo
Cinco dos projectos que a administração da unidade hospitalar candidatou ao QREN, no valor de 9,8 milhões de euros, foram aprovados, atingindo a comparticipação cerca de 70% (sete milhões de euros), confirmou, ao JN, o director do hospital, Francisco Pimentel. Os restantes 2,8 milhões ficarão a cargo do hospital. Dinheiro que irá ser investido na cirurgia de ambulatório, na imagiologia, no bloco operatório, na esterilização e num conjunto de intervenções em vários sectores. A administração do Hospital acredita que as melhorias estarão concluídas em Janeiro de 2011, altura em que termina o mandato da equipa liderada por Francisco Pimentel.
"Recebemos a notícia com agrado mas isto não significa que vamos desistir do novo hospital", frisa Francisco Pimentel. "São processos paralelos e no caso da comparticipação do QREN justifica-se pela necessidade urgente de remodelarmos alguns sectores do hospital", acrescenta.
A obra que mais impacto irá ter nos utentes prende-se com a remodelação do bloco central de cirurgia (composto por seis salas), "que há muito tempo não é remodelado", lembra Francisco Pimentel. "Vamos fazer manutenção como a pintura e vamos comprar novos aparelhos porque muitos do actuais estão ultrapassados", adianta o director. No total irão ser investidos 2,2 milhões de euros. A administração do hospital ainda pensou em fazer obras faseadas mas chegou à conclusão que seria um risco ter algumas salas a funcionar com obras ao lado. "Optámos por fechar todo o bloco de forma a fazer tudo de uma mês, será mais rápido e provavelmente mais económico. As obras deverão demorar cerca de seis meses - de Julho a Dezembro - e vão provocar o aumento da lista de espera de cirurgias mas é algo inevitável e que se justiça porque é uma melhoria para o hospital", lembra o director.
Cirurgia de ambulatório
Salvaguardadas ficarão as operações urgentes programadas e as emergências (Urgência). "Para estas situações deveremos usar os blocos operatórios dos hospitais da região, estamos a efectuar contactos e brevemente esperamos ter definidas as soluções, penso que esta situação será um bom teste para o funcionamento da rede nacional de saúde", afirma Francisco Pimentel sem querer, para já, revelar os hospitais da região que estão ou vão ser contactados. Os mais próximos de Aveiro são Águeda, Estarreja, Ovar e Anadia.
O apoio do QREN mexe de uma segunda forma na área cirúrgica do hospital, que vai ter um novo serviço de cirurgia de ambulatório (hérnias, varizes, cataratas, entre outras). Até agora, estas "pequenas" operações eram feitas no bloco central, o que deixará de acontecer com o aparecimento e respectivo equipamento de duas novas salas de cirurgia e 16 camas para o recobro. Vai custar 3,2 milhões de euros e ficará localizada no bloco das consultas externas.
Actualmente, no Hospital de Aveiro, grande parte dos exames de diagnóstico que precisam de recorrer à imagiologia são feitos no exterior devido à falta ou a avarias do equipamento. Um dos projectos apoiados pelo QREN é para este serviço. "Vamos investir 2,6 milhões de euros na remodelação e equipamento, sendo que dois milhões serão para novos aparelhos. Não vamos suprimir todas as necessidades mas acredito que iremos reduzir em 50% o recurso a serviços externos", prevê o director.
