O Bloco de Esquerda questionou, esta quarta-feira, o Governo sobre um caso de alegada discriminação na Escola Secundária de Vagos, onde duas alunas lésbicas terão sido impedidas de estar juntas, depois de terem sido vistas por uma funcionária a beijarem-se.
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O partido exigiu ainda uma explicação sobre as ameaças feitas pela direção do estabelecimento aos alunos que protestaram contra este caso, em defesa das duas colegas, e avisa o Ministério da Educação: "a situação descrita é bastante grave".
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Na pergunta, a que o JN teve acesso, os deputados bloquistas Joana Mortágua e Moisés Ferreira pediram que o Ministério da Educação diga quais as medidas que vai "tomar para garantir que não haja qualquer ato discriminatório por parte desta escola em relação às duas alunas e a toda a comunidade escolar devido à sua orientação sexual".
"Que medidas vai o Ministério tomar para garantir que os alunos e alunas que exerceram o seu direito de manifestação não são prejudicados e prejudicadas, nomeadamente com processos disciplinares?", questionam, frisando querer saber que tipo de intervenção teve a polícia que "foi chamada à escola aquando dos protestos dos alunos" contra este caso.
"Os alunos da Escola Secundário de Vagos realizaram hoje um protesto contra a homofobia e contra a presente situação em concreto, dando assim expressão aos valores da Escola Pública e da República Portuguesa. De acordo com os relatos de alguns alunos e alunas, a polícia terá sido chamada e os estudantes ameaçados de processo disciplinar", referem os deputados, frisando que a "situação descrita é bastante grave pelo que é necessária uma rápida averiguação e intervenção das entidades competentes".
No preâmbulo das questões, o BE garante que "duas alunas terão sido vistas a beijarem-se por uma funcionária da escola. Em resultado terão sido chamadas à direção da escola onde terão sido informadas que não se podem beijar em público porque isso 'incomoda pessoas'. A atuação da direção da escola visou especificamente a orientação sexual das alunas".