A bombeira de Oliveira de Azeméis que foi despedida, no ano passado, devido a doença oncologia, foi readmitida e começa a trabalhar esta terça-feira. Depois de uma onda de contestação que teve eco em todo o país, a nova direção da Associação Humanitária chegou a acordo com a bombeira. "É a decisão mais sensata", sublinha João Pinto, atual presidente daquela instituição.
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Susana Nogueira, 34 anos, volta a exercer a sua função no atendimento da central telefónica, depois de ter sido despedida em novembro último. A anterior direção justificou o despedimento com a sua doença oncológica, afirmando que não tinha função adequada para a condição daquela operacional. Uma atitude que mereceu contestação generalizada e levou a bombeira a recorrer à justiça.
Contudo, dias antes da data prevista para o início das audições em tribunal, Susana e a Associação Humanitária chegaram a acordo. Fonte próxima de Susana Nogueira diz que a "luta" desta bombeira "deve ser um exemplo para outras pessoas" em situações idênticas. "Devem lutar pelos seus direitos", reitera.
"O mais importante foi alcançado. Não era uma questão de indemnizações, mas sim o regresso da Susana ao seu posto de trabalho", acrescenta.
Em abril de 2019, foi diagnosticado à bombeira um cancro da mama. Susana Nogueira travou uma longa jornada de luta contra a doença, com tratamentos de quimioterapia, radioterapia e intervenção cirúrgica, seguindo-se um período de convalescença que durou até outubro de 2020.
Em dezembro desse ano, já no ativo, foi sugerido pela medicina no trabalho que tivesse um serviço temporário mais adequado à sua condição de doente oncológica. Passou a trabalhar no atendimento da central telefónica, função que exerceu até ser despedida em novembro. Susana avançou, então, para a justiça.
O caso conhece agora o desfecho, antes que começasse a ser discutido em tribunal. "A associação defende os seus. Foi a decisão mais sensata", reconheceu o novo presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Oliveira de Azeméis, João Pinto.
"Fomos informados de que não há qualquer impedimento para que [Susana Nogueira] possa exercer as suas funções", acrescentou o mesmo responsável, em declarações ao JN.