Luís Filipe ainda não tem 50 anos, mas caminha com a ajuda de uma bengala para prevenir as quedas. Apesar disso, este sábado, propõe-se a subir os 566 degraus do escadório do Bom Jesus, em Braga, integrado na maior prova de resistência para bombeiros da Península Ibérica.
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Ainda não há muitos anos corria quando ouvia a sirene dos Bombeiros Voluntários das Taipas, em Guimarães, chamar para qualquer emergência. Os 30 quilos do equipamento de proteção, nessa altura, “não pesavam mais do que uma pena. Atualmente, caminhar um quilómetro é o equivalente a uma maratona”. A vida começou a mudar para este bombeiro do quadro de honra da sua corporação, quando, em 2021, percebeu "que o corpo não respondia ao cérebro”. O diagnóstico: Parkinson e fibromialgia.
“Nem que leve uma hora, vou chegar lá acima”, garante Luís Filipe. “Vai lá chegar e não vai levar uma hora”, assegura Eduarda Gomes, da Associação Família de Elite, que organiza a prova e que tem acompanhado os treinos. Com a doença controlada pela medicação, Luís Filipe não se resignou à inatividade. Apesar dos seus dias como bombeiro terem terminado, passou a fazer toda a lida doméstica e encontrou, na comunicação sobre a sua experiência, uma forma de se manter em contacto com o mundo, seja por meios digitais ou, presencialmente, quando é convidado para falar. “Mas, quando ouço as sirenes e não posso ir, ainda sinto muita falta”, confessa.