Bombeiros de Castro Daire só têm gasóleo para emergências até quarta-feira
Os bombeiros de Castro Daire só têm gasóleo nas viaturas para emergências até quarta-feira e os serviços a fogos florestais e transporte de doentes foram "todos cancelados".
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O presidente da associação de bombeiros de Castro Daire, António Pinto, informou que vai emitir esta segunda-feira um comunicado à população, para avisar que a corporação parou com o serviço de transporte de doentes e de combate a fogos florestais.
"Já só temos gasóleo para mais dois dias, no máximo, e para as ambulâncias de socorro, porque para fogos florestais já estamos parados, bem como para outros serviços que não sejam de emergência", disse António Pinto à agência Lusa.
O problema surgiu na semana passada porque, explicou o comandante operacional de Castro Daire, Paulo Matos, "o tempo quente e seco gerou dezenas de fogos florestais, o que obrigou a um consumo anormal de gasóleo, esgotando a verba existente para este período".
Perante a situação de rutura, o presidente da Câmara de Castro Daire, Fernando Carneiro, disse na quarta-feira à agência Lusa que o problema estaria resolvido até ao final da semana, com a atribuição de uma verba, colocando como possibilidade adiantar parte do dinheiro que o município disponibiliza anualmente aos bombeiros, o que não se veio a concretizar.
Perante este impasse, Fernando Carneiro reconheceu hoje que o problema não foi resolvido e que a autarquia "nada deve aos bombeiros", admitindo que da continuação do diálogo com a direção da associação de bombeiros "poderá surgir uma solução", mas recusando dizer de que tipo.
Os bombeiros de Castro Daire estão "praticamente paralisados", disse o presidente da associação, António Pinto, estando a direção dos bombeiros a preparar um ofício a enviar a "todas as entidades com responsabilidades", nomeadamente a autarquia e o Ministério da Administração Interna.
"Nós não somos responsáveis pelo período anormal de ocorrência de fogos florestais. Essa situação esgotou o plafond de combustível que tínhamos e agora é preciso encontrar uma solução", apontou.
Da parte da autarquia, "a situação poderia ser resolvida com a atribuição de uma verba de três mil euros", o que "permitiria pagar a dívida que existe ao fornecedor de gasóleo e repor a normalidade da resposta dos bombeiros a todo o tipo de situações", disse António Pinto.
Os bombeiros só estão a sair do quartel para acidentes ou fogos urbanos e, a partir de quarta-feira, como disse o presidente da associação, "nenhuma ocorrência terá resposta por falta de combustível, se não surgir uma solução".