A Câmara de Braga garantiu esta terça-feira que implementará, em setembro, um serviço para dar resposta a crianças e jovens com necessidades específicas nas chamadas pontas letivas, os períodos antes ou depois das aulas. No entanto, falta ainda definir o dia em que arrancará e as escolas que receberão o programa.
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“A partir de setembro, na data que vier a ser estipulada em acordo com os agrupamentos escolares, o município vai disponibilizar o serviço a estas famílias, permitindo dar o conforto e o respaldo de que necessitam e que têm vindo a reivindicar”, garantiu o presidente da Câmara, em conferência de imprensa.
Ricardo Rio admitiu que, tal como o JN noticiou no sábado, esta é uma “questão crítica” e que “preocupa” os pais de crianças e jovens com necessidades específicas, a quem a autarquia pretendeu agora dar uma “palavra de tranquilidade” relativamente ao novo ano letivo.
Segundo a vereadora da Educação, o programa a implementar, que se destina a alunos a partir do 2.º ciclo até ao secundário, terá “medidas seletivas e adicionais” de acordo com as caraterísticas e o grau de autonomia de cada participante.
“Não será um apoio ao estudo, mas antes um espaço em que teremos terapias ocupacionais, com artes, música e atividades que contribuam para o desenvolvimento social das crianças e que as enriquecem enquanto alunos”, explicou Carla Sepúlveda.
O programa funcionará no período da manhã (8.30 às 12 horas) e da tarde (14 às 17.30 horas), cabendo às famílias assegurar o transporte na “transição da hora de almoço”.
Dúvidas por esclarecer
A vereadora da Educação disse que o programa decorrerá em duas escolas, “uma na zona central e outra na periferia”, mas que ainda não estão definidas, tal como acontece com os recursos humanos que serão alocados ao projeto.
“Ainda não sabemos quantas manhãs ou tardes funcionará o programa, porque isso depende dos horários escolares, que ainda não saíram. Só quando tivermos esse cronograma saberemos também quantos assistentes operacionais e técnicos precisamos de colocar no projeto”, sublinhou.
Carla Sepúlveda explicou que o arranque do programa, no próximo ano letivo, integra 50 participantes, porque foi esse o número de famílias que “manifestou necessidade” junto da autarquia, mas que não se trata de uma “resposta de ação social direta”.
Segundo Ricardo Rio, o programa representará um “investimento nunca inferior a 75 mil euros” por parte da autarquia no próximo ano letivo, existindo uma “lógica de corresponsabilização” por parte das famílias, que “suportarão uma parte do programa”, ainda que “manifestamente mais diminuta”.
“Será fixado um valor uniforme, prevendo-se uma minoração para quem tenha insuficiência económica comprovada”, frisou o autarca.