A associação organizadora e a Câmara de Braga pretendem que as festas de São João, que decorrem por esta altura na cidade, sejam inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, tendo já formalizado uma candidatura nesse sentido.
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O objetivo é preservar a identidade e as tradições que estão associadas a esta celebração popular.
“Fizemos o trabalho de casa necessário, submetemos a candidatura e acreditamos que em breve poderemos obter a classificação como património cultural, o que será um passo decisivo para o reconhecimento oficial da importância histórica, simbólica e afetiva destas festas”, explicou ontem o presidente da Associação das Festas de São João de Braga, Firmino Marques, à margem da apresentação pública do processo de inventariação.
O líder da comissão organizadora destacou a “singularidade” das festas sanjoaninas de Braga e a importância de “garantir a sua salvaguarda para as gerações futuras”, ideia que foi corroborada pelo presidente da Câmara, Ricardo Rio. “O São João de Braga não é uma mera festa popular, é uma celebração que tem um traço distintivo, pelo seu cunho histórico, pela diversidade das etapas da sua programação e pela envolvência, a partir de dinâmicas muito próprias do território”, apontou o autarca. Segundo Ricardo Rio, esta candidatura “é, de certa forma, um compromisso com a preservação das tradições e da identidade” das festas.
Festejos enraizados
No dossiê de candidatura, pode ler-se que o São João de Braga é “um rito de pertença, uma expressão viva de identidade local e um espelho da continuidade intergeracional das práticas culturais locais”.
“Os festejos sanjoaninos estão enraizados no tecido comunitário e associativo bracarense e articulam um conjunto alargado de tradições, usos e costumes, que esta candidatura configura como um instrumento de salvaguarda de forma a preservá-los face às transformações do tempo, à erosão da memória e aos riscos de homogeneização cultural”, refere o documento.
Segundo a associação de festas e o município, a eventual classificação como património cultural “afirma o valor” das festas de São João “como herança viva, dinamiza o orgulho identitário da população e consolida a cidade de Braga como guardiã e promotora do seu património cultural”.