No próximo sábado de manhã, o renovado mercado municipal de Braga vai abrir portas, agora como "Praça", com espaço para os cerca de 300 comerciantes históricos, mas também novas áreas.
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Ali vão caber restaurantes, lojas de produtos gourmet, salas polivalentes e instalações exclusivas aos vendedores para fumeiros, conservação de produtos em arcas frigoríficas, vestiários, casas de banho e outras áreas técnicas e logísticas que até aqui eram inexistentes.
Com um investimento de seis milhões de euros, a que se juntam 500 mil euros em equipamentos, o novo mercado apresenta-se com linhas mais modernas, com a madeira e o vidro da cobertura a sobressaírem num espaço que está todo orientado para o terrado.
Na entrada nascente, a ala de restauração e a Loja do Mercado são a cara do equipamento, com vistas desde o exterior até ao interior do terrado. A poente, os clientes darão imediatamente de caras com as bancas dos comerciantes históricos, rodeados pelos 15 talhos (dos quais dois duplos), as sete lojas, quatro padarias, quatro zonas de fumeiro e as bancas da peixaria, que se mantêm no local que já era conhecido.
Para os lavradores que não são assíduos na Praça, que dependem do que produzem, estão reservados 215 metros quadrados, que se espalham entre a entrada poente e o corredor junto aos talhos. "Estes vendedores têm que fazer agendamento com dois dias de antecedência", afirmou a vereadora Olga Pereira, que esta manhã conduziu uma visita para os jornalistas.
"Com o mesmo espaço, criámos mais zonas, fruto da arrumação dos comerciantes", acrescentou Rui Araújo, do gabinete de arquitetura Apto que, em 2014, venceu o concurso de ideias para a requalificação do equipamento.
"É uma junção entre o tradicional mercado municipal de Braga com a modernidade que é exigida pelo público. Permite manter 80% do espaço dedicado aos produtos frescos, mas criando um leque de oportunidades para novos operadores, com produtos complementares e, ainda, a ala de restauração que vai consumir produtos do novo mercado", elucidou Olga Pereira.
Outra das particularidades é que os clientes vão ter um espaço dedicado a guardar as suas compras, enquanto fazem outros recados. Os próprios comerciantes podem usar estas salas para guardarem encomendas que recebam por telefone. No exterior da Praça, sem necessidade de recorrer a um funcionário, serão instalados, também, uns equipamentos próprios para deixar produtos em conservação, até serem recolhidos pelos clientes.
Cronologia
2014
Rui Araújo e Luís Santos, do gabinete de arquitetura Apto, vencem concurso de ideias para renovação do mercado municipal.
2017
O concurso da obra foi lançado. Entretanto, foi impugnado por um dos concorrentes, o que atrasou a obra em mais de um ano.
2019
Obra arrancou em março de 2019 e os comerciantes transitaram para um mercado provisório, instalado no Largo do Pópulo.
Maio de 2020
Feirantes que trabalhavam na zona do mercado protestam em frente à Câmara, por serem deslocalizados para o estacionamento do estádio municipal, devido à pandemia da covid-19.
Junho de 2020
Ao fim de duas semanas de protestos, feirantes aceitam mudança, depois do Município garantir que regressam ao mercado, quando a pandemia estiver controlada.
Dezembro de 2020
Os cerca de 300 comerciantes vão regressar ao mercado municipal, agora, com a marca de Praça.