Houve 123 firmas a fechar portas, mas 938 pessoas arriscaram abrir um novo negócio, no último ano. Comércio por grosso e a retalho destacaram-se pela positiva.
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A pandemia da covid-19 desacelerou o crescimento de novas empresas no concelho de Braga, mas, ainda assim, foram 938 os empresários que arriscaram criar um negócio, no último ano. São cerca de oito vezes mais constituições do que o número de insolvências registado no mesmo período.
De acordo com dados da Iberinform, baseados nos registos e notariado do Ministério da Justiça e nas insolvências através do portal Citius, houve um decréscimo de 15,7% no número de novas empresas, em relação a 2019, mas as firmas que fecharam portas mantiveram-se quase ao mesmo ritmo, ou seja, contaram-se 123 falências, apenas mais uma do que em 2019.
Os ramos ligados aos serviços e indústria transformadora foram dos que mais sofreram com a crise pandémica, com um total de 56 insolvências. O setor da construção e da hotelaria e restauração viram fechar, cada um, 15 empresas no concelho.
As únicas áreas que cresceram, no último ano, foram o comércio por grosso, com 68 novas empresas, mais 26% do que em 2019, e o comércio a retalho que, apesar de 15 insolvências, compensou com 101 novas firmas, mais 19% que no ano anterior. Na indústria extrativa surgiu uma empresa nova, assim como no setor da eletricidade, gás e água. Em 2019, não tinha havido apostas nestes segmentos.
"Os processos de insolvência não têm tramitação tão rápida como as constituições. Há empresas em dificuldades cuja insolvência pode só verificar-se este ano. Mas parece-me que há alguma eficácia nas medidas que o Governo tomou para apoiar a economia", entende o diretor-geral da Associação Comercial de Braga (ACB), Rui Marques. O responsável acrescenta que o importante é que "não se fique com lojas vazias e não se perca a atratividade da cidade".
A pensar nas dificuldades dos empresários, a ACB, o Município de Braga e a empresa municipal InvestBraga criaram o Grupo de Apoio ao Tecido Empresarial. Serve para informar sobre as melhores medidas para a retoma das atividades e para ajudar quem pretenda candidatar-se às linhas de apoio do Governo ou de outras entidades.