Saída de um dos três obstetras que trabalhava no bloco de partos impede o funcionamento diário do serviço.
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O presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), Jorge Fidalgo, considera "inaceitável" a falta de obstetras na Maternidade de Bragança, que está a condicionar o normal funcionamento do bloco de partos, que desde o final de dezembro encerra um ou dois dias por semana. O encerramento temporário do serviço tem obrigado à deslocação de grávidas para a maternidade de Vila Real.
Segundo apurou o JN, na quarta-feira, por exemplo, a maternidade não funcionou."Quando já não se pode nascer no nosso distrito, estão a contrariar um direito", afirmou o responsável da CIM, também autarca de Vimioso.
Jorge Fidalgo estranha que a CIM não tenha sido informada pela Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULS) da situação, pelo que deverá realizar hoje uma reunião de urgência para tomar uma posição. "Devíamos ter sido informados até porque um elemento do conselho de administração é indicado pela CIM", lembra.
A deslocação de grávidas para Vila Real foi confirmada ao JN pelos bombeiros de Bragança, que desde dezembro já transportou duas parturientes para a unidade do distrito vizinho a pedido do hospital de Bragança, mas não foi possível saber quais os motivos que levaram à transferência das grávidas, porque a ULS não respondeu ao JN sobre estes casos.
A maternidade do hospital de Bragança, que é a única do distrito, servindo 12 concelhos, tinha ao seu serviço três obstetras em permanência. Um deles, com 82 anos, que nunca pertenceu aos quadros da ULS, saiu no mês passado.
Em resposta ao JN, a ULS deu conta que "na sequência da saída, por doença, de um médico verificaram-se constrangimentos pontuais na constituição da equipa médica de urgência", garantindo, no entanto, que a atividade assistencial urgente "é sempre" assegurada por um obstetra, bem como a resposta diária nesta especialidade com equipas médicas. "A atividade programada, nomeadamente primeiras consultas e subsequentes, cirurgia programada e internamento do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia é assegurada normalmente", garante a ULS que está a envidar esforços para contratar mais especialistas.