É absurdo, é perigoso, é inimaginável - e todos concordam, até o vice-presidente da Câmara, João Paulo Baltazar -, mas a situação persiste: no cruzamento da Rua da Fonte com a Fontes Pereira de Melo, na cidade de Ermesinde, concelho de Valongo, há um posto de transformação da EDP que, com as obras feitas há quase um ano, ficou no meio da estrada. Literalmente no meio da estrada.
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É um caso típico de Portugal no seu pior: a cabina elétrica continua ativa e a fornecer energia à rede local.
"É uma situação péssima e perigosa para todos nós", disse ontem ao JN um dos moradores da zona, próxima do quartel dos bombeiros.
Pelos testemunhos recolhidos, é possível confirmar dois factos: já ali se registaram vários acidentes rodoviários; há protestos oficiais lavrados, há meses, nos serviços de obras públicas e sinalização da Câmara liderada, há 19 anos, pelo social-democrata Fernando Melo.
O seu vice-presidente João Paulo Baltazar concorda que "a situação, conforme está, é absurda, vergonhosa e perigosa". Mas acrescenta: "Sem querer minimizar nenhum desses fatores, importa agora é perceber de quem é a culpa e resolver o problema".
Loteador e EDP às avessas
As obras no arruamento já foram realizadas no Verão passado, confirma o vice-presidente, que explica como se chegou à aberrante situação.
"A responsabilidade está a ser chutada entre o loteador de um empreendimento novo que surgiu na rua e a EDP. Desde que a obra foi concluída que não se entendem quanto à transferência", diz João Paulo Baltazar. Mais: já foi construído ao lado, fora da estrada, um novo posto de transformação, mas este continua desativado. "Entretanto, já foi vandalizado e assaltado e também sobre isso não há entendimento".
O que vai a Câmara fazer? "Pressão. E mandar lá pôr mais sinais de trânsito a avisar do perigo". Mas, quanto tempo mais vai aquela torre ficar no meio da estrada? "A minha expectativa é que se resolva antes do Verão", diz o vice-presidente.