A prática de "batidas" à raposa como a que esta quinta-feira deu azo a várias discussões nas redes sociais e blogues, motivou uma reação do partido Pessoas Animais Natureza (PAN) que se insurge contra um ato que considera "violência injustificada sobre os animais".
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A organização de uma "batida à raposa", a cargo do Clube de Caça e Pesca de Santa Tecla, está marcada para 26 de fevereiro nas freguesias de Vale, Telhado e Portela, no concelho de Famalicão. Apesar de estar legalizado, o evento tem sido alvo de críticas por se tratar de um abate de animais.
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Esta sexta-feira, o deputado André Silva, do PAN, juntou-se ao coro de críticos. Contactado pelo JN, André Silva considera que uma prática deste tipo é "eticamente inaceitável". Continuamos, acrescenta o deputado, "apegados à manutenção de um status quo insano perante os sinais catastróficos da nossa passagem demolidora pelo planeta", sendo que a "a maioria dos animais alvejados na caça não tem morte imediata, sofrendo uma morte agonizante através das hemorragias internas que são provocadas pelos projéteis".
André Silva discorda "em absoluto" da atual lei da caça, no que diz respeito ao "direito à não caça". É que, com exceção das áreas urbanas de proteção, todos os terrenos são considerados aptos para caça. Se um proprietário tem um terreno é o próprio que deve informar a Direção Regional de Agricultura. Ora, André Silva considera que devia ser ao contrário: "Todo o território nacional deveria ser de Não Caça, cabendo a cada proprietário avançar com os processos burocráticos para transformar a sua propriedade em zona cinegética".
O parlamentar assegura que tem tentado levar a questão da caça para o espetro político. Contudo, também revela que "o parlamento é fortemente pressionado pelo setor da caça, da tauromaquia e da indústria pecuária intensiva", e o que acontece é que o PAN vê "estes muros serem reforçados" sempre que leva "ao debate político temas e propostas que abordam formas de entretenimento com recurso à utilização de animais".
Concluindo, considera que a caça à raposa "representa uma violência injustificada contra os animais, que não corresponde à nobreza e saúde física e mental que se associa à prática desportiva".