Centro de Recolha Animal do Porto, em Campanhã, começou a funcionar. Adoção responsável é um dos objetivos da estratégia definida pela Câmara.
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As diferenças são tantas - para melhor - que alguns animais que estão a ser transferidos do antigo canil municipal para o novo Centro de Recolha Animal do Porto ficam em isolamento por apresentarem dificuldades de adaptação ao espaço. Oferecer alojamento com conforto, cuidados médicos e fomentar a adoção responsável são objetivos a cumprir. Os animais já foram todos transferidos. Apesar de estar em funcionamento, por enquanto permanece fechado ao público, devido às restrições em vigor.
O novo centro está localizado junto ao Viveiro Municipal, na zona das Areias, em Campanhã. Uma vasta área verde que contrasta com as antigas e exíguas instalações da Rua de S. Dinis, no centro da cidade. "Quando definimos em 2015 esta estratégia de controlo e bem-estar animal o objetivo era construir este espaço, porque o antigo canil tem mais de 80 anos e não oferece condições mínimas, promovendo ao mesmo tempo campanhas de esterilização e de adoção", explicou ao JN Filipe Araújo, vereador do Ambiente.
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No centro há 220 boxes (no canil eram 94) para cães e gatos. Áreas individuais com espaço suficiente para a circulação dos animais que podem ser levados a passear por tratadores e veterinários à zona verde no exterior das alas de alojamento. Tudo, diz a Autarquia, em resultado de "um estudo que passou no crivo da Ordem dos Veterinário e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária".
Adoção responsável
De um lado do centro estão os gatos, do outro, os cães. Na receção é feita a triagem dos candidatos à adoção que devem escolher o animal através do site da Câmara onde se encontram as fotos de todos os cães e gatos. Ao adotante pergunta-se sobre a condição económica e se o futuro lar tem condições de espaço. Informa-se também dos custos que ter um animal acarreta. "O objetivo é contrariar a adoção por impulso que muitas vezes acaba na devolução do animal ou então no seu abandono", observou Filipe Araújo.
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Por isso, o processo é demorado. No centro há uma sala de espera, onde os candidatos conhecem o animal, seguindo ambos depois para o pátio da adoção. Se tudo correr bem, a adoção é realizada. Todos os animais saem desparasitados e esterilizados. No centro há uma zona de vacinação, consultórios médicos, uma copa, gabinetes administrativos, instalações sanitárias, áreas de tosquia e banhos e zona hospitalar, com enfermarias, bloco operatório e recobro.
Neste espaço que custou quase dois milhões trabalham 26 pessoas, incluindo cinco médicos veterinários e dois enfermeiros, além dos tratadores.
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Covid-19 e abandono
Para adoção o Centro tem 63 cães e 60 gatos, de variados portes e idades. Segundo a Câmara, ao contrário do que se receava, o número de abandonos e recolhas na rua não aumentou.
Abate é proibido
O Porto foi dos primeiros municípios a abandonar o abate, antes da entrada em vigor da lei aprovada em 2016 que proíbe abater animais errantes como forma de controlar a população.
Sala multiespécie
A raiva está erradicada desde 1960, a vacina dos cães é obrigatória e o centro tem uma sala antirrábica. Tem ainda uma sala multiespécie pois o canil já acolheu carneiros, um bode e um porco.