Votados ao abandono, 30 cães aguardam um destino que escape à temida eutanásia no canil da Associação S. Francisco de Assis, em Santiago do Cacém, onde a sobrelotação e a degradação lhes dita o pior futuro.
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Chegam todos os dias, "esquecidos" junto ao portão da Associação, no Pinhal do Concelho. Trocados por umas férias de Verão ou perdidos no caminho, cães de diversas idades e raças, sobretudo indefinidas, são aqui deixados numa viagem sem volta.
"As pessoas abandonam de tudo: cachorrinhos, cadelas prenhes, cães adultos...", conta Ilda Henriques, que, juntamente com um colega, ambos funcionários da autarquia, trata diariamente dos cerca de 30 cães protegidos pela Associação S. Francisco de Assis.
A colectividade, que soma mais de mil sócios, é vizinha do canil municipal de Santiago do Cacém, de onde transitam a maioria dos animais que aqui vêm parar. Nas instalações do lado, teriam de ser abatidos caso não fossem adoptados no prazo de 15 dias.
"Os que vêm para aqui têm de ser seleccionados. Regra geral, a eutanásia só é aplicada em animais com um carácter violento, doentes ou muito velhotes", garante Ilda.
A sobrelotação e degradação crescente das instalações são dificuldades com que a Associação se debate diariamente e que Ilda deseja ver combatidas a todo o custo. Para isso, a colectividade aceita toda a ajuda possível.
O auxílio é urgente, invoca a Associação através da Internet, "sob pena de terem de ser abatidos animais quando deixar de haver comida, vacinas, desparasitante ou outros medicamentos".
* Jornalista da Agência Lusa