Mulher de 56 anos foi mordida no início da semana. GNR recebeu quatro queixas nos últimos três meses.
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Ludovina Carvalho, com 56 anos, estava no caminho para o trabalho, na passada segunda-feira, quando foi mordida numa perna por um cão vadio. Aconteceu na Rua Dr. Domingos da Silva Pereira, em Vila Verde, onde costumam concentrar-se mais animais errantes que ameaçam quem por lá passa. A população sente-se insegura e atribui a maioria das culpas a algumas famílias que alimentam os bichos e vandalizam as armadilhas colocadas pela Câmara.
"Quando estava a passar vi os cães a dormirem. Mas, de repente, senti os dentes agarrados à perna. Comecei logo aos gritos", recorda Ludovina, sublinhando que o vestido que usava evitou uma perfuração no corpo e o ataque resultou apenas num hematoma.
O mesmo já aconteceu a outras pessoas, inclusivamente alunos da EB 2, 3 de Vila Verde, situada a poucos metros do local de concentração dos cães vadios.
De acordo com Jonas Sousa, outro morador da vila, além da Rua Dr. Domingos da Silva Pereira, há outras zonas problemáticas. Junto ao centro de saúde "duas mulheres foram mordidas, recentemente", atesta o jovem, sublinhando que já se viu "em situação de perigo" perto da Travessa de Cagide, um atalho utilizado por dezenas de pessoas, onde uma mão-cheia de cães vadios também costuma vaguear. "Há sítios onde a minha mulher já nem passa", confidencia.
Não é preciso andar muito para se ouvir mais queixas. Maria Pimenta, moradora na Avenida Marechal Humberto Delgado, diz que já teve de recorrer à ajuda dos militares da GNR para poder entrar em casa. "Uma vez tinha tantos cães à porta que tive medo", recorda, garantindo que as pessoas da vila "andam assustadas". "Já vi matilhas com quase 20 cães por aí espalhados", contabiliza.
Os moradores dizem que os problemas com os animais têm "mais de meio ano" e os alunos da escola básica são a principal preocupação. À GNR de Vila Verde, nos últimos três meses, chegaram quatro queixas de pessoas que foram mordidas, confirma fonte oficial.
O JN não conseguiu contactar com qualquer responsável do Município de Vila Verde até ao fecho desta edição.