
Escarpa por onde homem caiu
José Carmo/Global Imagens
Autoridades suspeitam que vítima, de 35 anos, escorregou em caminho perigoso percorrido por locais e turistas, em Vila Nova de Gaia.
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Um homem, de 35 anos, não resistiu à queda numa escarpa existente junto à ponte da Arrábida, em Vila Nova de Gaia, ao final da tarde de quinta-feira. O cadáver de Jorge Alves, que residia na Maia, só foi encontrado no dia seguinte, no interior das ruínas de uma fábrica.
Jorge Alves, que padecia de uma doença mental, saiu de casa com um tio e passou a tarde de quinta-feira na marginal da Afurada, animada pelas festividades de São João. Pelas 19 horas, deixou a companhia do familiar e foi visto a subir, sozinho, a escadaria de acesso a algumas habitações do Cais de Lugan, nas imediações da Igreja de São Pedro da Afurada. Depois, percorreu parte de um íngreme caminho de terra, voltou para trás e escalou a escarpa até à rua da Creche.
Trata-se, maioritariamente, de um trilho em terra batida que, ao longo de cerca de 500 metros, liga a Afurada à ponte da Arrábida. De traçado sinuoso, esta artéria ficou ainda mais perigosa quando, recentemente, as árvores que a ladeavam foram cortadas, mas continua a ser frequentada quer por locais como por turistas hospedados nos hotéis das redondezas.
Escorregou e caiu
As autoridades suspeitam que, quando caminhava, Jorge Alves escorregou, caiu pela ravina durante oito metros e ficou imobilizado nas ruínas de uma fábrica. Foi ali que, ferido, passou a noite até ser encontrado, pelas 11.20 horas desta sexta-feira.
"O alerta foi dado através de uma chamada para o 112 e o óbito foi declarado no local pela médica do INEM. O corpo não apresentava sinais de violência", explicou o chefe Oliveira Santos, dos Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia. O mesmo responsável acrescenta que o resgate do cadáver revelou-se uma operação difícil, que se alongou por duas horas e que obrigou oito bombeiros a subir parte da escarpa com o corpo numa maca.
Só no final é que o tio da vítima interrompeu as buscas. Este familiar manteve-se na marginal da Afurada até, pelo menos, às 3 horas de sexta-feira à procura de Jorge Alves. Voltou ali na manhã seguinte para bater à porta das residências à procura de informações sobre o paradeiro do homem que, naquela altura, já estava morto.
