A caixa esmola das Alminhas da Ponte, em Leça da Palmeira, foi assaltada. A porta metálica foi arrombada e o dinheiro das intenções foi levado.
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O roubo foi descoberto na sexta-feira, quando o zelador se preparava para fazer a limpeza semanal. A porta de metal foi arrombada e as esmolas desapareceram. “Não foi a primeira vez”, lamentou Raul Ramos, juiz da Real Confraria das Almas de Leça da Palmeira, responsável pela manutenção das Alminhas da Ponte.
“A fechadura foi arrombada e o local devassado”, disse Raul Ramos. Devoto, voluntário no hospital Pedro Hispano, o juiz da Real Confraria das Almas disse “lamentar mais a ofensa moral” que o prejuízo do assalto. “Passo a minha vida a tentar fazer o bem e depois há pessoas a fazer coisas destas”, lamentou, em declarações ao JN, durante um intervalo num retiro religioso da paróquia de Matosinhos, na Apúlia.
Raul Ramos diz que os crentes que colocam velas naquelas alminhas, situada perto da ponte móvel de Leça, deixam “uns cêntimos para as intenções” religiosas. Esse dinheiro, que poderá andar pelos 30 a 40 euros por mês, é usado para a manutenção do espaço e para mandar rezar missas.
Situadas na rua Pinto de Araújo, as Alminhas da Ponte datam do século XVII. Segundo o historiador Joel Cleto, bebem o nome de uma ponte de pedra que ligava Leça a Matosinhos, destruída com a construção da doca dois do Porto de Leixões, no fim da primeira metade do século XX.