Call center da PT não criou empregos anunciados

O deputado Jorge Machado não tem dúvidas: tratou-se de uma "manobra de propaganda com pouca concretização", já que "está a acontecer a transferência de trabalhadores, nomeadamente do Porto para Santo Tirso, sem que haja criação de postos de trabalho neste concelho".

"Santo Tirso tem uma taxa de desemprego bem acima da média nacional. É um concelho que precisa de medidas concretas, mas o que foi anunciado não ajudou a resolver a situação, porque não foram criados 1200 postos de trabalho. Não se tratou de criação, mas de transferência", critica.

O JN falou com um ex-trabalhador do call center de Santo Tirso que fora transferido de um centro no Porto, no início de Julho passado. O operador, que preferiu manter o anonimato, refere que, da empresa onde trabalhou, "cerca de 80 pessoas" foram transferidas para Santo Tirso.

"Não é como foi anunciado, em que haveria 1200 postos de trabalho de raiz, porque muita gente foi deslocada", aponta, referindo que, no primeiro mês de transferência, lhe foi pedido para abdicar de uma folga semanal "por causa da falta de gente". "Ainda lá têm bastantes posições livres para poderem recrutar", lembra.

Em Agosto de 2008, o primeiro-ministro José Sócrates esteve em Santo Tirso para anunciar a criação de 1200 postos de trabalho com o novo call center da PT. Porém, aponta Jorge Machado, "os postos de trabalho não correspondem, nem de longe nem de perto, ao que foi anunciado".

Por isso, o deputado questionou o Ministério do Trabalho acerca de quantos postos foram efectivamente criados e qual o vínculo contratual dos operadores. Pretende ainda saber quando será cumprida a promessa de 2008.

No texto, Jorge Machado sublinha que, "além de sucessivos atrasos na entrada em funcionamento deste call center, a PT está a transferir trabalhadores de outros locais para Santo Tirso."